Blog do Ediney

Post 85

Resolvi não falar de nada que afete nossas vidas hoje. Já estou preparando as comemorações visando o post número 100 do meu blog, estou pretendendo reunir os leitores em uma grande festa para 6 ou 7 pessoas. Deve ser mais ou menos esse o número de leitores que tenho. Além disso, segunda-feira não é daqueles dias que a gente deve ficar fazendo muitas elucubrações, as coisas estão mais ou menos como na semana passada e para estas já dividi com todos as minhas humildes reflexões. Mas no intuito de não deixá-los ávidos de novas informações, e contando com o e-mail do amigo Tramujas Junior que já é um e-mail recebeu segue para que todos não cometam gafes o artigo escrito por Luciane Smoger sobre como se portar em um velório, confira:

ETIQUETA EM VELÓRIO

1) Cumprimentos às pessoas enlutadas antes, durante e logo após o funeral:

Nada de três beijinhos e perguntar: “Tudo bem? Como vai? Você viu se esta ou aquela pessoa chegou? Como vai sua tia, prima, cunhada? Onde está o café?”
Claro que quem está atravessando um momento delicado com a perda de um ente querido não está bem, não encontra muito sentido para contabilizar presenças e muito menos se alguém está ou não na moda. Beijinhos, bem… somente aos muito íntimos,
Mesmo que os funerais sejam oportunidades rápidas para reencontrarmos pessoas, principalmente aquelas que não nos convidam para nada e sempre usam aquela manjada desculpa de “vida corrida”, convém sempre a discrição.

É sempre de bom tom oferecer água, café ou algo que agrade aos presentes, mas não é obrigatório.

2) Trajes:

Em nossa cultura o preto pode significar sinal de luto.
Geralmente as combinações de preto/pastel ou mesmo preto/branco funcionam bem pelo equilíbrio.
Mas não é incomum encontrarmos aquele visual casual de quem resolveu dar uma passadinha usando chinelinhos rasteiros, mini-saia ( nada contra de acordo com a faixa etária e peso da digníssima), calça comprida branca colada ao corpo com roupa íntima contrastante e tamanco combinando com a bolsa de palhinha.
O inverno, aqui em Curitiba é bem rigoroso: Saia em tecido leve revelando “sobrei do verão passado” com botas de cano longo e saltos finos sem taquinho, combinando com o topete. Barriga de fora, costas de fora, ombros de fora são um verdadeiro fora.
Há ainda os exóticos que podem fazer referência a algum estilo em especial sem dispensar todos os acessórios, mesmo aqueles com lantejoulas que ofuscariam qualquer ocasião com seu brilho ou com a camiseta de seu artista predileto.

3) Frases para não serem ditas e respostas que quase ouvi:

– Isso logo passa! Logo você está casado (a) novamente!
Naquele momento o pesadelo parece não ter fim e o que o viúvo (a) desejaria era não precisar substituir aquela pessoa. Creia, existem casais que ainda se amam.
– Não chore. Logo a saudade abranda.
Saudade dói, consome, incomoda e chorar é natural. Escândalo só nos traz uma certeza: Pensam que o ente falecido ou seu Criador sofrem de alguma dificuldade auditiva.
– A outra mulher, outro marido ou outros filhos vão ter a coragem de vir?
Funerais são eventos públicos salvo raríssimas exceções. Exceto os presos rebelados que fugiram da delegacia da cidade ou pessoas que oferecem riscos aos demais, nada de exclusão.
– Quanto custou o funeral? O de mamãe saiu pela metade do preço.
A família deve avaliar se pode ou não arcar com as despesas. Embora muitas pessoas estejam mais interessadas nos bens que sofrerão partilha.
– Minhas condolências. Tão novo (a) coitado (a). Poderia ter acontecido a qualquer um de nós.
Obrigado (a) pelas condolências e que bom você se considerar jovem a ponto de sentir pena de quem não teve a mesma sorte. Sou um (a) desfavorecido (a) pelos deuses. Que inveja da sua posição neste momento, oh iluminado (a) pelo destino!
– Onde está o celular para eu avisar o Sr….?
Geralmente as empresas funerárias se encarregam de fazer constar nos obituários locais e até na internet. Para a família fica a incumbência de avisar aos mais próximos. Mesmo porque é compreensível que há muitas providências a tomar e nem todos serão lembrados de imediato.
Mas o celular toca muito, a todo instante, até no banheiro: Aquele que não chegará em tempo, aquele que ficou sabendo por terceiros, mas quer ouvir de você, aquele colega de trabalho que pergunta se poderá ter uma xerox do atestado de óbito para abonar a falta, a empregada que pergunta se faz almoço ou se leva o cachorro para a tosa, aquela tia idosa que precisa de um relato minucioso de como chegar lá ou a nora que liga perguntando que roupa está trajando a esposa do chefe.
-Você viu que magnífica coroa de flores enviamos?
Há tempo para tudo e carinho é importante. Mas se fazer notar neste momento é simples. Muitas vezes um olhar amigo, a presença silenciosa ou um abraço sincero dizem muito mais.

Luciane Smoger – Curitiba-PR

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