A tragédia de uma segunda-feira que nunca acaba

monday-morning-mugAs segundas-feiras são o motor propulsor de muitas reclamações da na vida das pessoas, afinal, você vem de dois dias de “pé na jaca”, passou momentos agradáveis com familiares ou mesmo na balada e assim, com um virar de ponteiros, você se vê na labuta tradicional, lidando com problemas novos e velhos e eles não se resolverão sozinhos. Como um dia assim pode ser querido? Mas, e como sempre digo aqui, o mas é a linha condutora das nossas vidas, um fenômeno novo, diriam alguns “terrível”, se apresenta em nossas vidas: a segunda-feira que nunca termina.

Com o avanço da tecnologia, com a comunicação cada vez mais direta e rápida, as pessoas estão se acostumando a mudar o seu calendário e todos os dias é dia de resolver problemas, todo dia é dia de tomar decisões, todos os dias ganharam a “importância” de uma segunda-feira. A data passou a ser uma mera coadjuvante na vida das pessoas. Me falarão, ou escreverão, os incautos que basta você se desligar, não atender, não ler, não responder. Direi aos senhores que concordo, mas concordo desde que você não seja um empreendedor, não seja funcionário público concursado e não tenha cargos de chefia em uma empresa privada, aí… e só aí…. tudo bem. Caso contrário, bem vindo ao mundo de verdade.

De maneira nenhuma neste texto estou culpando os que pedem serviços ou os que respondem, não, não é isso. Como disse anteriormente, é algo novo e portanto carece de adaptação, muita coisa vai mudar, quem sabe… até mesmo o calendário. Saber que o seu prestador de serviço está ali, a um clique de sua dúvida lhe dá uma confiança nova. Quando a demanda urgente aparecer, sim, não importa se é sábado ou domingo, feriado ou natal, você terá que agir, afinal você leu a notificação. Você não deixou claro que não faria isso na assinatura do contrato. Sim, você terá que tomar decisões.

Lembre-se sempre:

– Tem celular? Vai receber mensagens SMS ou via Whatsapp
– Tem Facebook? Vai receber mensagens inbox
– Tem Twitter? Vai receber DM

Talvez, e só talvez, o email seja a sua última fronteira entre o horário de expediente e o plantão, essa barreira está caindo de madura e logo isso também deixará de existir.

Mas e a solução? Qual é a solução? Ainda não há a receita de bolo para isso. Ainda não há um desenho claro de como estas relações se darão, uma coisa é certa: elas acontecerão. Mas acalmem-se, se a tecnologia está nos jogando para o buraco sem fim de uma segunda-feira, ela igualmente pode nos jogar para o sol de um domingo. Ao relativizar a presença física a tecnologia também pode no futuro estender o seu domingo, pular a volta do feriadão para o dia seguinte em que o trânsito não será caótico, além do ballet da sua filha poder acontecer durante o seu horário de expediente, afinal, toda hora é hora de expediente e de lazer ao mesmo tempo.

Não há saída, mas também não é algo para se lamentar indefinidamente, é apenas uma nova postura nas relações de trabalho, apenas isso, acostumem-se!

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