Sobre mudanças, ostracismo e exemplos

Uma das premissas básicas para algo mudar é se mudar os personagens ou o enredo, quando nem um e nem outro mudam, não há o que fazer, tudo como “dantes no reino de Abrantes”. Na política funciona exatamente assim: muitos reclamam que tudo é uma vergonha, que falta vergonha na cara, que é corrupção para lá e corrupção para cá, mas na hora do voto, votam sempre nas mesmas cartas marcadas.

Já disse em outras oportunidades, sou totalmente contra o político de profissão, e ainda pior que o político de profissão é o deputado, vereador, senador de profissão. Eleição pós eleição eles são candidatos, tem os nichos eleitorais certos e são reeleitos, e como disse antes, nada muda!

Mas há bons exemplos, Gustavo Fruet , fora o mais votado deputado federal nas eleições de 2006, tinha eleição certa para a câmara mas entendeu o clamor surdo dos corretos e decidiu que era hora de ir além, abandonar aquilo para o qual já tinha dado sua contribuição. Lançou-se candidato ao senado, perdeu, pouco importa. Importa sim o exemplo de que não adianta bater em uma atitude já testada, é preciso coragem para ir além. Hoje, apesar do revés das urnas está fortalecido e é um dos nomes mais fortes para o próximo pleito municipal. Não voto mais em Gustavo para deputado, lá ele já fez o que tinha que ser feito, assim como não voto em nenhum outro candidato em busca do 3º, 4º, 5º…mandatos.

Quando escrevo este texto o twitter do STF cometeu uma gafe, porém, ótima gafe: dizia a “maldosa” twitada: “Ouvi por aí: Se o Ronaldo pendurou as chuteiras. Agora é a vez do Sarney”. Gente, isso é mais do que correto. A velha raposa da política maranhense, apesar dele ser senador pelo Amapá já passou da hora de deixar a vida pública. Deixemos de lado todo e qualquer questionamento sobre a sua conduta ética ou moral na administração pública, foquemos apenas no exercício do mandato puro e simples, que contribuição nova poderá José Sarney dar ao povo brasileiro? Que idéia brilhante teria guardado Sarney na manga para surpreender a terra tupiniquim? Nenhuma! Ele é político de profissão, e como tal merece total ostracismo, coisa que parece a população brasileira não está muito de lhe dar.