Os diferentes não podem ser tratados como iguais

Ela chegou.
Não pediu licença, foi se assentando e pedindo os melhores lugares.
Não dá para dizer que a gente não sabia, ela se anunciou durante a viagem.
Mas, né… a gente sempre pensa que acontece somente com os outros.

Hoje eles dizem:
Fique em casa!
Hoje, julga-se quem não fica em casa!

Fácil.
Assim como o amor não passa fome,
A democracia também não.

Ficar em casa dividindo 4 pessoas em 10 cômodos, é uma coisa.
Ficar em casa dividindo 10 pessoas em 2 cômodos, é outra.

Ficar em casa?
Salvar vidas? De quem?

A democracia não passa fome.
Alguém precisa ser culpado.

Quem?
Candidatos não faltam.
O meu, eu já digo.
A falta de bom senso.

A democracia, não passa fome.
Fome.

Coisas que aprendi mas não queria ter aprendido

Captura de Tela 2013-09-12 às 11.02.17Toda vez que escrevo, ou falo, coisas um pouco mais polêmicas acabo taxado de alguma coisa. Ou burro, ignorante, “reaça”, “coxinha” enfim… nem ligo. Aliás me divirto muito, a última é que sou jornalista de esquina. Talvez até seja mesmo. Afinal, de que adianta falar para uma plateia que não quer ou não se importa em ouvir? Todos tem a sua verdade e ela é absoluta. E aqui está a primeira coisa que aprendi nos últimos dias:

O debate morreu.

A argumentação não importa. Os fatos não importam. É “verdade” contra “verdade”, simples assim.

Também aprendi coisas novas com relação a relação de poder da política brasileira:

Fale que você é diferente até precisar ser, aí, fique igual.

O partido de Marina Silva é um bom exemplo disso. Seguindo todos os trâmites do bom e velho coronelismo fez o que todos os outros partidos fizeram ao longo de sua história: deram um jeitinho.

Aprendi também sobre a justiça do Brasil:

Aprendi que ela não existe. Ao menos não para todos.

Vários exemplos são vistos, vários são seguidos. E sim, eu sei que minha amiga e leitora deste blog, Vivian, a Dra. Vivian irá discordar comigo. E como conceito ela tem razão, porém como realidade, permita-me Vivian, não. Julgamentos como o pagodeiro que matou a mulher e cinco anos depois está sendo julgado em fuga. O grupo de pagode que é acusado de estuprar e todos estão a solta. O deputado que demorou mais de oito anos para ir a cadeia. O jornalista que matou, confessou, ficou 9 anos esperando o julgamento, 2 anos preso e agora irá sair em liberdade condicional. E claro, o famigerado, o vergonhoso, o inescrupuloso julgamento do Mensalão.

Ele é presidido e relatado por um presidente indicado por Lula mas que se coloca para a sociedade como paladino da justiça. O mesmo presidente que não tem compostura para com seus pares porque, como falei ali em cima, o debate morreu, e viver com o diverso não é mais opção. Esse mesmo presidente que manda jornalista calar a boca. Acha que não tem que dar explicações sobre apartamentos milionários e nem viagens em aviões especiais. E olha que escrevendo o que escrevi parece que ele é o lado mau da questão. Não. Ele é um dos melhores.

O julgamento do mensalão nos dá um bom exemplo deste ensinamento. Funciona assim: se você tem dinheiro e bons advogados e eles souberem o que diabos é embargos infringentes, a chance de você se dar bem apesar de ter roubado, desviado, mandado roubar, ou sabe-se lá que crimes você venha a cometes, é grande. Na verdade é quase garantida. Faça as contas, o julgamento vai demorar mais ou menos uns 10 anos para começar, depois ele vai demorar uns 2 meses, em seguida leva mais uns 6 meses para publicar as sentenças, depois tem o tempo de… enfim, você vai se dar bem.

Ainda no campo da justiça você pode várias coisas. Um juiz, digamos presidente, pode ser investigado e pedir que a imprensa não divulgue nada sobre isso. Pode articular para que o filho entre em outro tipo de corte. Pode posar de justiceiro. Pode liberar verbas para compras de carro. Pode muitas coisas e nem precisa prestar contas de nada.

E por fim aprendi algo que é explicito mas que teimava em negar:

Se você tem um cargo com qualquer tipo de status você é um semideus.

Se você é vereador, prefeito, deputado, governador, desembargador, juiz, enfim, se alguém te chamar de doutor, pronto, comece a fazer os seus milagres. Outra mágica que acontece é: esqueça tudo o que você sabe fazer manualmente, não precisará mais, alguém fará por você. Abrir a porta? Nada. Dirigir? Absurdo. Pegar um cafezinho? Nem vou comentar.

A vida é assim, alguns ensinamentos a gente não gostaria de receber, mas ao recebe-los você aprende a lidar melhor com o seu meio, infelizmente um meio bem sombrio.

Que tipo de carrapato é você?

carrapatoO carrapato é aquele bichinho que se prende a pele de alguns animais, e isso inclui os seres humanos. Ele fica lá, quieto, na dele, só sugando o sangue do seu hospedeiro. Fazendo uma analogia com nossa vida, todos temos carrapatos. Sejam carrapatos sociais, sejam carrapatos de sentimentos, sejamos nós mesmos os carrapatos, mas há um tipo de carrapato que é o pior de todos, o carrapato do poder, este é perigoso e enquanto não for extirpado por completo, sempre será uma praga em nossas vidas, o pior? A culpa é nossa mesmo.

Há o tipo clássico de carrapatos do poder que são 99% dos políticos. O apego ao poder e a tudo que ele representa, valem as negociatas, valem os acordos esdrúxulos, os conchavos, é o popular vale tudo. No carrapato político o apego ao dinheiro é apenas um dos elementos, talvez o principal, mas apenas um deles. O que ele gosta mesmo é da sensação de domínio que tem. Aos  assinantes do Netflix fica a dica de assistir a série House of Cards, a série mostra como o apego ao poder é gigante. Na série não mostra político roubando dinheiro, mas sim acabando com ideias para conseguir ainda mais poder. Mandar, indicar, vencer. O poder é isto.

Mas de santa a sociedade não tem nada, e todos temos nossos carrapatos pessoais. Queremos mandar, ter o controle dos processos, nos achamos melhores que os demais, nossas opiniões são mais corretas que outras opiniões. Afinal, eu sou eu. Vale aqui um exercício pessoal, quantas vezes não passamos por cima do que a maioria das pessoas achavam correto apenas para valer a nossa opinião? Eu lembro de várias.

Não lembra, permita-me refrescar a sua memória e indicar as vezes que você não deu a vez no trânsito porque afinal você estava com pressa, você  estava na via certa, você não mandou ninguém ficar parado na direita, ou você não tem culpa  que o cidadão parou ou mora em uma via movimentada e quer tirar o seu carro de ré. Que culpa tem você se o cobrador errou o troco, se a pessoa está na faixa de segurança e você com seu carro está com pressa, ou o idoso está em pé porque todos os bancos preferenciais estão ocupados? Você está sentado em um banco “normal”  não tem que levantar coisa nenhuma.

E na fila do banco? Você cheio de pressa e ainda vem aquele monte de “velhos” e grávidas tomarem a sua frente. Por que eles tem que ir justo no horário que você vai no banco? Carrapatos de nossas próprias crenças, é isso que somos. Nosso time é melhor e o juiz sempre rouba nosso time, nossa música é melhor porque eu não sou jacu de ouvir outro estilo. Nosso partido nunca rouba, é tudo coisa da velha mídia que sempre nos persegue.

Os carrapatos estão presentes em nossa vida social, profissional e no dia a dia. Somos carrapatos que reclamamos de outros carrapatos. E não me venham com esses dedos grandes querer me “apertar” para eu sair, usarei muito as redes sociais para te xingar, para contar a todos os outros carrapatos como suas ideias são idiotas e retrógradas. Afinal, carrapatos tem muito a ver com “manada”, carrapatos figurados andam em bando enquanto os literais são solitários chupadores de sangue, mas ambos tem uma certeza: estão certos enquanto todos os outros que discordam deles está errado.

Mais alguém está de saco cheio?

1015677_637847622910085_1539157690_oEstou de saco cheio de ouvir a imprensa falar que é uma minoria, eu já sei que a coisa toda é de uma minoria, não precisa se defender da população.

Estou de saco cheio de ver a polícia vendo os vândalos agirem e nada fazerem

De saco cheio também em ver que a polícia cometeu excessos quando na verdade, assim como nos manifestantes trata-se de uma minoria, dois pesos que neste caso valem duas medidas.

Estou de saco cheio da impunidade do país, e não falo só dos figurões da política, falo de todos nós, veja o caso da “minoria” de São Paulo que quebrou, bateu, ameaçou, fez o diabo, prestou depoimento e foi liberado. Para quê? Cínico, diz que vai pagar, vai porcaria nenhuma.

Estou de saco cheio da população botar tudo na conta da imprensa. Troca de canal cacete! Ou a educação é tão lixo que você não sabe nem fazer isso? Assista a tv educativa, programação de alta qualidade, grátis, simples.

Estou de saco cheio do cara receber repórter da Globo com pedras e o Luciano Huck da mesma Globo com flores e lágrimas porque ia ganhar algo em troca.

Estou de saco cheio dessa lei podre do menor que é praticamente um convite a impunidade.

De saco cheio do congresso dizendo que a cláusula é pétrea, mude a cláusula pétrea, pronto!

De saco cheio de ouvir dizer que os partidos não nos representam, não representam? Não devolve o troco, fura fila, lei do mais esperto, pula catraca… parece que representa sim.

De saco cheio de manifestante dizendo que está na rua pela democracia do país e ainda assim proíbe os caras de partidos de participarem. Particularmente acho todos os partidos um lixo, escrotos e eles deviam ser extintos, mas ou vivemos em uma democracia ou não vivemos, se vivemos os caras tem direito de estar lá.

De saco cheio de gente se dizendo contra a PEC 37 e não ter a menor ideia do é uma PEC, do que ela fala e tão pouco por que é contra.

De saco cheio de gente que vem me falar que o Brasil acordou. Eu nunca estive dormindo, se você estava grita no ouvido dos políticos algo que estou acostumado a gritar durante anos.

De saco cheio de gente que se diz contra a copa e esquece que já foram gastos bilhões do nosso dinheiro e que esperamos ter o mínimo de retorno com turismo, pelo menos o mínimo.

De saco cheio extremamente cheio do cara ir com o rosto escondido em manifestação e gritar que saiu do Facebook, então volte para lá, vandalize sua casa, seu quarto mas não o meu país, eu trabalho quase 60 horas por semana, devo usar umas 20 só para pagar o imposto que será usado para consertar essa porcaria toda.

De saco cheio de político cara de pau que ano pós ano mente na sua cara, ri da sua cara, gasta milhões do seu dinheiro na sua cara e você ainda o chama de doutor.

De saco cheio do cara gritar que o Brasil quer mudar e na hora da urna vota nos mesmos imbecis que ano pós ano nos levam a bancarrota.

De saco cheio do cara dizer que 20 centavos de aumento pesa no bolso do trabalhador mas os mesmos 20 centavos de redução não fazem diferença.

De saco cheio de gente morrendo nos hospitais por falta de vaga em UTI, esperando meses por exames especializados e ver bilhões gastos na Copa do Mundo para inglês ver.

De saco cheio da criminalidade, da impunidade, da violência, da inflação, do preço do pão.

E muito, muito, muito de saco cheio de gente que fala que eu sou contra os protestos, com todo respeito, vá para Puta que o pariu, me conheça, saiba o que eu falo, o que escrevo ano pós ano, post depois de post antes de encher o meu saco! E aproveitando, com todo respeito 2 a missão vá você e sua patrulha ideológica suja ao diabo que te carregue.

Enfim, tô de saco cheio. A gente não sabe protestar, a polícia não sabe acompanhar protesto, os políticos não sabem entender o motivo dos protestos. Vou parar de escrever porque meu computador está lento e estou de saco cheio dele também!

Sim, já fomos mais inteligentes… sobre vaias, protestos e acordos.

Foto: Agência Estado
Foto: Agência Estado

Uma vez o Brasil vivia a febre da Luíza, aquela que estava no Canadá. Um dos grandes jornalistas brasileiros, Carlos Nascimento, começou o jornal do SBT com o seu agora famoso “nós já fomos mais inteligentes”, hoje vejo que ele tinha total razão.

Hoje aconteceu a abertura da Copa das Confederações em Brasília e o que a gente viu? Protestos, tumultos e vaias, e antes de começar a me criticar por favor não entenda que estou defendendo o governo ou criticando, longe disso, estou apenas criticando a “inteligência” dos protestos.

Pense comigo, primeiro os protestos de fora do estádio, motivo para lá de justo e correto, investir 1bilhão e 300 milhões de reais em um estádio de futebol é um escárnio, é um escândalo e um absurdo, mas pergunto: o estádio começou a ser construído ontem e amanheceu pronto? Onde estava essa gente na hora que o antigo Mané veio abaixo? Onde estavam os protestos quando o valor inicial de 700 milhões foi divulgado? Por que não fizeram o mesmo cordão, o mesmo enfrentamento na tentativa de evitar a construção?

Essa semana apenas que caiu a ficha? Será que se o tal protesto da passagem de São Paulo tivesse ocorrido estes protestos estariam acontecendo hoje? E ainda vale a pergunta: só hoje? Será que se o Brasil tivesse crescido o que fora prometido no passado esse protesto estaria acontecendo? Pense bem, 1 bilhão e 300 em um estádio seguiriam sendo escárnio com o dinheiro. Mas aí tudo bem?

Bom, vamos para dentro do estádio, vaias para a presidente Dilma, ok, vivemos em um país democrático e ela pode ser vaiada, sem problemas, mas por quem ela foi vaiada? Pelas pessoas que só estavam ali, naquele estádio que a Fifa chama de Nacional porque o Lula e a Dilma resolveram gastar 1bilhão e 300 milhões do dinheiro público. Essas pessoas vaiaram a Dilma? Como assim? Elas pagaram os “olhos da cara” em um ingresso para vaiar quem proporcionou que ela estivesse ali? Como assim? Como assim?

E vamos de novo afirmar para que não fique dúvidas, os protestos são justos, os motivos justíssimos, os locais e as datas não. Então, no somatório de tudo passamos a imagem de um país fraco, sim, fraco. Pois em teoria não conseguimos fazer valer nossa vontade.

Você que está vaiando, criticando, protestando, deve lembrar que tudo isso começou lá atrás, com o Lula, a Fifa não veio aqui no Brasil de joelhos pedindo para sediarmos a copa, não. Nós fomos lá e pusemos a nossa candidatura e ao fazer isso aceitamos todos os termos da Fifa.

Ok, você não fez isso, foi o seu representante, você não tem nada a ver com isso, não posso te chamar de menos inteligente por isso, certo? Errado. Quando Lula terminou o seu segundo mandato ele veio para a gente e falou, olha tem essa mulher aqui, ela nunca foi eleita para nada e eu prometo que ela seguirá fazendo tudo que eu fiz e fará ainda melhor, vocês querem?

O que a gente fez? A gente disse sim. Então meus nobres, meus caros leitores, escassos diria. Nós assinamos junto com o governo todos os contratos, todos os aditivos, todas as contas, todas as ordens de desapropriação, nós fizemos isso sozinhos, porque quisemos e sabendo de todos os riscos.

Sim, Carlos Nascimento tinha razão, já fomos mais inteligentes. Protestar contra a Copa e os valores gastos é uma tolice e é o mesmo que protestar contra nossa própria decisão. Deveríamos estar a frente dos ministérios e secretárias de saúde protestando contra a falta de saúde de qualidade na rede pública. Deveríamos estar na frente de escolas, universidades, secretarias e ministério da educação protestando contra a falta de educação de qualidade. Deveríamos por exemplo nos organizar e irmos até a cidade de Juazeiro do Norte onde o prefeito e a câmara municipal de vereadores cospem na cara da sociedade ao diminuir o salário dos professores em 25%. Deveríamos estar protestando por mais segurança e não enfrentando os poucos policiais que nos são oferecidos.

Tudo isso não estava no combinado, não estava no contrato que assinamos ao apertarmos o “confirma”. Tudo isso vem sendo deixado de lado e nos foi prometido a exaustão. A copa não, a copa eles fizeram o que poucas fazem, cumpriram o prometido, construíram estádios absurdamente caros, baixaram as calças para a Fifa e despejaram pessoas em torno dos estádios, mas tudo isso a gente já sabia e concordamos, sim, Carlos Nascimento, nós já fomos mais inteligentes.

Assuma sua condição de idiota

IDIOTASO mundo tem, sempre teve e provavelmente sempre terá idiotas em seu futuro. O idiota é sempre um indivíduo de fácil visualização, você sabe quem são os idiotas e quão nocivos eles são para você e para os que o cercam. Alguns idiotas não se contentam em ser idiotas para si e para os próximos, eles gostam de expor suas idiotices, caso dos pichadores por exemplo, eles não se contentam em mostrar em casa e para os amigos quão idiotas são, eles tem que estampar a sua idiotice nos prédios, casas e muros.

A idiotice, aliás, é algo que nos une à todos os outros países do mundo, sim, existem idiotas nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Irã e na conchinchina. Eles estão lá, tem um sindicato forte e unido, a diferença é que no Brasil nós meio que apoiamos o idiotismo.

Poucos são pegos, dos que são pegos menos de 1% são punidos. Em comparação com outras nações, como os Estados Unidos, por exemplo, o Brasil é uma espécie de Disneylandia dos idiotas. Alguns estados americanos alternam suas penas desde prisão até limpeza do triplo da área pichada e multas, muitas multas.

Mas os idiotas não vão deixar de existir e tão pouco tem representantes apenas na pichação, longe disso, eles estão em todos os lugares, inclusive aí na sua casa, inclusive aqui, dedilhando o teclado deste computador.

Nós, os idiotas do mundo nos dividimos em vários grupos, tem os idiotas funcionais, tem os idiotas líderes, e tem os idiotas manipulados, a este grupo pertencem 90% dos idiotas. Vamos aos “causos” dos idiotas da vida real:

O governante espertão contrata uma obra, qualquer obra, por exemplo, a reforma de um estádio de futebol para a Copa do Mundo. Licitação aberta e o espertão diz :

– Vai ganhar quem tiver o menor preço.

Nós, os idiotas, batemos palmas, clap, clap, clap.

Vamos a um número hipotético, 1bilhão para a reforma completa do estádio e seus entornos em um prazo de 2 anos. E veja você, idiota, que o prazo de 2 anos vira 4, o valor de um bilhão sofre diversos reajustes por desculpas diversas, e no final, sempre falta alguma coisa, alguma porta, algum alagamento que não devia estar ali, aparece ali.

Mas como idiotice pouca é bobagem, pensa o espertão, o que você acha da gente, depois de entregar tudo prontinho, atrasado mas pronto, lindão, bem mais caro, porém lindão, vender o naming rights, o nome do estádio mesmo, para uma cervejaria? Daí assim, o estádio que custou bilhões do dinheiro público, nem inaugurou e já tem o nome de uma cervejaria que deu a incrível quantia de… nada, isso mesmo, vai dar, mas até o momento não deu nada de dinheiro!

E olha só, fosse só isso, seríamos no máximo idiotinhas, mas sem reforçar nossa idiotice o mundo não assim… nós, o preço das obras, que antes era o “menor”, agora é o maior, e a gente nem fala nada, libera, libera e libera, é como se você fosse comprar um carro e o vendedor dissesse para você:

– Olha senhor, temos o carro X e ele custa “mils dinheiros” e será entregue em 60 dias.

Você aceita e aguarda paciente o seu novo veículo chegar, porém, dentro desse prazo de 60 dias o vendedor diz que o seu “mils dinheiros” já não compra mais o carro, não do jeito que você queria aí ele fala que você pode fazer um ágio de 10, 20, 30, 40, 50, até mesmo 60% mais caro, e não, não chegará em 60 dias, chegará em 90. E para tudo isso você aceita.

Dirão os céticos, aqueles que ainda não assumiram sua condição de idiota que jamais aceitariam fazer tal coisa com seu dinheiro, porém esquecem, que quando fazem isso com o dinheiro público, é exatamente ele, o seu dinheiro, que banca esta bancarrota toda.

Então, você é ou não é um completo idiota?

Tenha dignidade e sofra calado

Estamos em época de eleições, e é nesta época que o efeito torcedor fanático se mostra a alguns homo sapiens modernos. Todos defendem o seu candidato, o seu ponto de vista como se isto fosse lhes garantir uma vitória retumbante sobre o outro, quando na verdade o que está em jogo é o futuro da cidade e não uma vitória pontual.

Em Curitiba, vivemos a eleição mais suja de que eu, com meus 30 anos, já vi. Panfletos apócrifos para cá, acusações para lá, pesquisas contestadas sendo divulgadas, pesquisas sendo impugnadas e no meio dessa barbárie eleitoral toda fica o eleitor, na minha opinião, o único culpado.  Abro um parênteses para responder aos que pensam que a culpa é dos governos que não dão educação; etc, etc, etc, sim é verdade, mas isso não os exime da culpa.

Enfim, enfrentamos o caos na administração pública, denúncias de corrupção, e o alto poderia econômico sendo posto a prova. Nas ruas a guerra dos chamados cavaletes, que já deveriam estar extintos desde que nasceram. Pessoas recebendo R$50 dia  para segurar bandeiras de candidatos que nem mesmo apoiam.

Em épocas eleitorais vivemos outro fenômeno: o esquecimento coletivo. Não importa muito o que os caras fizeram, importa se tem uma carinha bonitinha no vídeo, se os recursos gráficos são bonitos, se o programa eleitoral é bem feito, e no caso de Curitiba, importa também não falar dos problemas da cidade. Uma espécie de pacto contra todos que mesmo tendo razão apontam os defeitos da cidade.

Nesta época também encontramos várias pessoas pedindo perdão e dizendo que não participaram e não sabiam de nada, caso dos vereadores da câmara municipal, e aqui faça-se justiça que nem todos participaram das maracutaias capitaneadas pelo senhor Derosso, mas em época de eleições é como se ninguém tivesse participado, todos somem.

Temos 32 dias de campanha eleitoral pela frente. Temos muita demagogia para ouvir e ver, temos muitos cavaletes que serão destruídos e atrapalharão nosso trânsito e visão e mais do que tudo, temos muito Engov na farmácia para aguentar tudo isso.

Cabe o pedido de sempre, ignorado como sempre: para votar, compare, faça ponderações, não perdoe quem teve a chance de fazer e não fez. Se ele não fez antes, não fará agora, é mais uma chance que você dará para ser enganado.  Ficha Limpa é indispensável.

E como último pedido: se votar errado, pelo amor de Deus, cale a sua boca em suas reclamações. Fique horas nos postos de saúde calado, não importa quanto esteja doendo. Se você tomar chuva nos pontos de ônibus, se ficar apertado tal qual uma sardinha nestes mesmos ônibus, sofra calado. Se for assaltado, sua casa for invadida ou que Deus nos livre, alguém da sua família sofrer com arma de fogo, matenha a boca fechada. Tenha um pouco de dignidade por você mesmo e arque com as consequências do seu próprio erro.

Quando a incompetência mata…

Muitos dos que me conhecem me consideram inocente demais para discutir política. Sempre parto do pressuposto que todos são bons, quando descubro que a verdade é diferente me coloco em uma posição de extrema crítica, é o que acontece com o grupo do atual governador Beto Richa do qual faz parte o prefeito Luciano Ducci.

Esperei cerca de 24 horas para escrever este texto para tentar ser o mais sereno possível, mas o título deste humilde relato diz tudo, sim, a incompetência mata! Desfilando nos jornais, rádios e tvs estão diariamente o atestado inconteste do assombroso crescimento da violência nas terras das araucárias. Em Curitiba, por exemplo, mata-se muito mais que em países como o Paquistão, Rio de Janeiro ou São Paulo.

Ontem, no bairro de Capão Raso em Curitiba um metalúrgico de 34 anos morreu assassinado por um menor na frente da mulher, da filha e de sua mãe, o rapaz queria o carro, assustado com a juventude do assaltante e imbuído de um sentimento que deveria misturar indignação, frustração, raiva, de ver o seu patrimônio construindo sob o sol do dia a dia sendo levado, ele fez o pior, reagiu, levou quatro tiros e morreu.

Mas pergunta o curioso leitor, o que tem o poder público com isso? Afinal, ele não pode prever todo o crime que acontecerá. Será mesmo? Pergunte-se leitor:

– o poder público deu todas as condições para o que jovem assassino tivesse outra escolha de vida que não a marginalidade? Ele teve acesso a educação de qualidade, moradia digna ou até mesmo assistência clinica e psicológica quando se envolveu no mundo das drogas?

– o trabalhador que morreu teria tido outras alternativas que não deixar a sua filha com a avó para que ele e a mulher pudessem ir trabalhar. Se as creches de Curitiba estivessem com vagas a disposição, essa alternativa não teria sido bem melhor? Afinal, ao menos teoricamente, ele iria parar seu carro em frente a uma creche segura, com um guarda municipal na porta cuidando de pais e alunos.

– se o transporte público de Curitiba fosse realmente tão bom, não seria melhor ele ter ido trabalhar de carro evitando assim que ficasse exposto aos perigos da sociedade.

– os impostos que ele pagou durante toda a vida não foram suficiente para dar uma melhor condição para a segurança pública visto que além de não prenderem o menor, o corpo do trabalhador ficou por 4 horas na calçada esperando a chegada do IML.

Ali, no chão, com o marido morto nos braços, aquela mulher, também trabalhadora, também pagadora de impostos deve ter pensado em todas as alternativas que o mundo não lhe ofereceu, pensando em como tudo poderia ser diferente, em como sua vida seria a partir de agora.

Ela, infelizmente terá que ouvir nos meses que se seguem discursos inflamados de como tudo está maravilhoso em Curitiba. De como os governos passados deixaram tudo errado e que agora terá que ser arrumado, de que Curitiba precisa continuar no bom caminho que está. Talvez, ao ouvir estas palavras, anestesiada por uma dor que não pode ser descrita em palavras, ela nem deixe de acreditar, embalada na solidão de seus pensamentos só lembrará mesmo das palavras da filha ao ver o pai morto.

– Mãe, não quero ir mais na casa da vovó, não gosto de levar tiros!

Coisas que concordo: A opinião de Aroldo Glomb sobre punições eleitorais no Facebook


Abaixo opinião do colega Jornalista Aroldo Glomb>

Por que não concordo?

1 – No Face as pessoas podem seguir o que quiser, ou deixar de seguir!
2 – Todos nós então estmos no mesmo barco! Quantas pessoas eu vejo aqui escrevendo sobre política, que a cidade X tem o pior sistema de transporte, que o prefeito Y gasta a verba com propaganda pra todos os lados e não com, por exemplo, professores…? Como diferenciar legalmente se é uma opinião pessoal ou propaganda?
3 – Claro que todas as ações de candidatos são visando a eleição, mas não será um link que fará alguém mudar de opinião – ou adquirir uma!
4 – Algo que me deixa com dúvida. Obras em toda a cidade JUSTAMENTE neste ano não justificaria tbem, de certa maneira, uma propaganda? Prefeito Y espera 3 anos para fazer uma porrada de coisas e isso não é uma forma de querer ganhar voto?

Em tempo – vivemos em um lugar em que a suplente, COM APENAS UM VOTO, acaba assumindo cargo público! Só isso vale reflexão, ou seja, tem coisas que merecem mais atenção do que a utilização de uma rede social (que, convenhamos, quase todas as pessoas fazem o mesmo, com humor, etc)

Em tempo 2 – Se FULANO ABRESTO postar no face que faltou remédio no postinho de saúde para ele na semana passada, isso é uma propaganda contra um político ou uma manifestação contra algo que não funcionou para ele?

Minha opinião PESSOAL, gente… não acompanho nenhum candidato e pretendo nem votar este ano (não quero ser o responsável, hahahah – ops, serei multado?)

Aroldo Glomb é jornalista, amante dos bons debates e torcedor fanático, sem necessariamente pertencer a este grupo.

Facebook do Aroldo clique aqui! 

Oposição e Situação? Como?

Já escrevi em outras oportunidades: “sou burro demais para entender…”. São muitas as coisas que eu sou burro demais para entender, entre elas esse lance dos legislativos de ter “oposição” e “situação”, simplesmente não consigo entender.

Via de regra é assim, se o meu partido não te apoia, sou oposição, não importa a ideia que você tenha para dar, não importa o projeto que você me apresente, eu sou oposição e ponto. Agora, se o meu partido te apoia, eu te apoio, não importa quanto isso vai me custar, não importa se a tua ideia é boa ou ruim, não importa se o seu projeto é concreto, é viável ou bom, eu sou a favor.

O engraçado desta história toda é que os partidos não são a favor do seu próprio fisiologismo, o importante é ganhar poder! Simples assim. Há ainda alguns que simplesmente ficam na espreita, são sempre situação, o mais conhecido deles é o PMDB, foi situação do FHC , do Lula, da Dilma, do Requião e do Beto, não importa, deem os ministérios e secretarias que eles querem e está tudo certo.

Já escrevi aqui também que sou a favor do fim dos partidos políticos, eles não deveriam existir, no Brasil tirando um preconceito tolo aqui ou ali pouco nos importamos com o partido do candidato e sim com suas posições. Em um legislativo sem partidos haveria apenas o contra ou a favor das ideias, afinal de conta como posso ser situação ou oposição de ideias que eu nem conheço?

Importante é, o político tem que manter critérios, o que era errado ontem, não pode ser certo hoje. Continua errado! Agora, trabalhar e defender a fisiologia em casos específicos, para fins específicos é temerário, errado e principalmente conveniente ao poder. Não respeito políticos com lado antecipado, os governos devem ser feitos de projetos e ideias e elas devem ter adeptos e contrários, tudo o mais é  um falso alinhamento partidário, que só se faz presente quando os políticos estão com problemas.

Claro, salvem-se sempre as exceções!

Apenas um diálogo…

Infelizmente, uma cena cotidiana do Paraná

– Em que estado você mora? O teu estado tem industrialização? Tem um ótimo desempenho na agricultura? A escolaridade da tua gente é uma das maiores do Brasil? As cidades do teu estado são de modo geral bem planejadas, há ótimas opções de cultura? Então, teu estado é sim um dos melhores do Brasil.

– Mas espere… na capital do meu estado morrem nos finais de semana perto de 20 pessoas de forma violenta, mais do que em guerras e muito mais do megalópoles consideradas perigosas como Rio de Janeiro e São Paulo. No meu estado o governador usa uma empresa de capital aberto para comprar aeronaves para seu deslocamento enquanto isso os jornais do meu estado noticiam que ainda não há planos para os tais helicópteros da saúde que salvariam vidas.

-É, pode ser… mas você está chorando à toa, os teus políticos são grandes homens públicos, referências mundiais.

– Na capital do meu estado também há diversos escândalos de “indício de corrupção” como o presidente da câmara de vereadores arrumou um contrato de licitação para a mulher de 30 milhões para ela administrar. O governador do meu estado diz que perdoa o pecador mas não o pecado, mas ambos estão juntos com ele, aliás, ele mesmo mente para o povo, quando prefeito disse que seguiria prefeito de apoiaria um companheiro, abandonou a prefeitura e também o companheiro político. Quando governador, traiu outro companheiro e preferiu apoiar outro partido do que o próprio “amigo”. Esse mesmo governador, passou a campanha inteira criticando seu antecessor por supostos casos de nepotismo. Ao entrar no governo, chamou a família toda e não obstante deu superpoderes a secretaria deles.

– Mas você está reclamando de barriga cheia, a sua assembleia é atuante.

– Você deve estar brincando… diários fantasmas, compra de tv 3d para transmitir programação analógica. Supersalários, funcionários que recebem em casa sem trabalhar, blogueiro político que é funcionário fantasma, presidente que bate boca com jornalista. Compra de carros super luxuosos… essa é a minha assembleia.

– Bom, ao menos o esporte do teu estado se salva.

– Um caiu para a segunda divisão do paranaense, outro para a segunda divisão do brasileiro e agora brigam do tipo “eu sou o dono da bola” para saber onde vão jogar, o tipo típico do provincianismo.

– Mas tem algo que bom no seu estado?

– Tudo no meu estado é bom, minha gente é maravilhosa, acolhedora, talentosa. Nossas coisas são referencia para todo o mundo, só temos um problema: não sabemos escolher nossos líderes…

Feliz pior ano velho!

Vivo escrevendo sobre como o paranaense pensa pequeno. Acho que o sentimento autofágico que nos é imposto por nós mesmos ao longo dos tempos dificulta nosso crescimento profissional, nosso crescimento intelectual. Pontualmente somos um grande celeiro de várias coisas como jornalistas, humoristas, atores, temos algum sucesso na música e somos expoentes na agricultura, e ponto.

Quando ameaçamos brilhar um pouco mais do que o convencional conseguimos, como ninguém, nos sabotar de maneira espartana. Na política por exemplo, já tivemos candidato a presidência da República, Afonso Camargo, o chamado “Pai do Vale Transporte” sua candidatura foi mais levada a sério em outros centros do que no próprio Paraná. Ano passado, Álvaro Dias era um dos mais cotados para ser candidato a vice na chapa de José Serra, o que fizemos? O boicotamos solenemente, através do tucanato local não mantivemos palavras, desfizemos acordos e Álvaro ficou sem o posto.

E ainda na política jamais tivemos a participação que temos hoje, um casal no ministério e um chefe no gabinete da presidência, mesmo assim, não gostamos quando uma verba bilionária é liberada para a construção do metrô, ou é porque nosso sistema é melhor, ou porque ela poderá ser usada como propaganda eleitoral.

No esporte, aí sim, somos os campeões mundiais do autofagismo, ontem, por exemplo, era assim, o Coxa ganha vai para a Libertadores, o Atlético ganha poderia se salvar. O Atlético ganhou, mas não levou, seguiu o caminho que iniciara em Janeiro e foi rebaixado. O Coxa, finalista de tudo em 2011, ficou pelo caminho, tristes, certo? Nada!

Saíram todos saltitantes para casa, afinal o Coxa não foi para a Libertadores o que serviu de alento para a torcida atleticana, e a da Coxa igualmente feliz visto que seu maior rival foi para a segundona. Enquanto isso, em Minas, um time que nada ganhou em 2011, sem os 3 principais jogadores, venceu o maior rival de 6, para não deixar dúvidas. (se você me perguntar se eu acredito em entrega do jogo, digo sim, mas não pelo nobre motivo do bairrismo, é outro esporte, que não futebol).

Terminamos 2011 como 2010, pobres, violentos, cheio de impostos. A tão criticada família no poder criticada por Beto Richa só mudou de sobrenome e ganhou superpoderes. A violência desenfreada piorou em 2011, apesar do lançamento do Paraná Mais Seguro, diga-se de passagem, o único programa com a marca do atual governo. Os buracos das ruas curitibanas pioraram, mas sejamos justos, eles estão instalando novas luminárias, que por ignorância não consigo entender por que são tão importantes.

É verdade que iremos pagar menos multas em 2011, já que a URBS foi proibida de multar. Não se preocupe, ano que vem ela volta! Em 2011 também conhecemos o verdadeiro Derosso, 14 anos na presidência da câmara, contratou a mulher para fazer assessoria, e nada. Nada ué, qual é o problema? Eles preferiram criticar a vereadora que os criticou. E uma das poucas coisas que funcionavam razoavelmente bem em Curitiba, a saúde, entrou no ritmo do MMA e houveram muitas agressões aos funcionários públicos.

É, 2012 que nos aguarde, seguimos no embalo do Tiririca, pior que tá, não fica!

Sobre mudanças, ostracismo e exemplos

Uma das premissas básicas para algo mudar é se mudar os personagens ou o enredo, quando nem um e nem outro mudam, não há o que fazer, tudo como “dantes no reino de Abrantes”. Na política funciona exatamente assim: muitos reclamam que tudo é uma vergonha, que falta vergonha na cara, que é corrupção para lá e corrupção para cá, mas na hora do voto, votam sempre nas mesmas cartas marcadas.

Já disse em outras oportunidades, sou totalmente contra o político de profissão, e ainda pior que o político de profissão é o deputado, vereador, senador de profissão. Eleição pós eleição eles são candidatos, tem os nichos eleitorais certos e são reeleitos, e como disse antes, nada muda!

Mas há bons exemplos, Gustavo Fruet , fora o mais votado deputado federal nas eleições de 2006, tinha eleição certa para a câmara mas entendeu o clamor surdo dos corretos e decidiu que era hora de ir além, abandonar aquilo para o qual já tinha dado sua contribuição. Lançou-se candidato ao senado, perdeu, pouco importa. Importa sim o exemplo de que não adianta bater em uma atitude já testada, é preciso coragem para ir além. Hoje, apesar do revés das urnas está fortalecido e é um dos nomes mais fortes para o próximo pleito municipal. Não voto mais em Gustavo para deputado, lá ele já fez o que tinha que ser feito, assim como não voto em nenhum outro candidato em busca do 3º, 4º, 5º…mandatos.

Quando escrevo este texto o twitter do STF cometeu uma gafe, porém, ótima gafe: dizia a “maldosa” twitada: “Ouvi por aí: Se o Ronaldo pendurou as chuteiras. Agora é a vez do Sarney”. Gente, isso é mais do que correto. A velha raposa da política maranhense, apesar dele ser senador pelo Amapá já passou da hora de deixar a vida pública. Deixemos de lado todo e qualquer questionamento sobre a sua conduta ética ou moral na administração pública, foquemos apenas no exercício do mandato puro e simples, que contribuição nova poderá José Sarney dar ao povo brasileiro? Que idéia brilhante teria guardado Sarney na manga para surpreender a terra tupiniquim? Nenhuma! Ele é político de profissão, e como tal merece total ostracismo, coisa que parece a população brasileira não está muito de lhe dar.

Tempo, será?

Acabo de postar no twitter, “compro tempo, paga-se bem…” e logo após ter apertado a tecla “enter” pensei, para quê?  Para ver o vídeo de um débil mental contando como foi que matou o cartunista  Glauber e depois atirou em policiais no intuito de chegar ao Paraguai? Para ver o policial que mal preparado tomou um tiro da própria arma enquanto fazia uma batida? Para ver São Paulo passando vergonha mundial com a prova da Indy ou ainda para ler que o Rio de Janeiro não tem dinheiro para fazer as Olimpíadas caso os royaltes do petróleo não sejam mantidos, nessa chantagem barata do governador? Não,eu errei! Não preciso de mais tempo, ou melhor, preciso de mais tempo para coisas que não posso ter.

Preciso mais tempo com minha família, com meus amigos, com os esportes que sempre postergo começar. Preciso de mais tempo para  tentar decifrar esse enigma terrível, “ser ou não ser”. Sim, ser!

Fico pensando: como dormem a noite os abutres do dinheiro público? Como dorme o governador do DF ao saber que o dinheiro fácil colocado em uma sacola fez com milhares de pessoas de seu estado passassem fome diariamente? Como dormem os presidentes, líderes, ditadores que matam com diferentes justificativas povos de diferentes histórias?

Como dorme o deputado que matou e ainda não pagou? Como dorme o juiz que 10 anos depois adiou novamente o julgamento do caso Zanella? Como dormem? Como? Já escrevi aqui que sofro por antecipação, se devo uma agulha ao colega ao lado não durmo, porque sabe-se lá se ele precisará ou não da bendita agulha…

Existem pessoas que são más por natureza, nasceram assim, não tem muito o que fazer, são más, fazem o mal, sabem que é o mal, mas ainda assim, deitam e dormem. Como?

Nosso país tem jeito? Não sei! O que sei é que enquanto formos bonequinhos manipulados tais como fantoches, e aqui me incluo solenemente, sou apenas um bitolado da história, sou mais curioso, mas ainda assim manipulado. Tenho convicções tão contaminadas pela opinião de terceiras e incrustadas na minha personalidade que nem lembro mais o que era ou o que pensava. Mas de uma coisa sei, deito e durmo, não tenho atitudes que prejudiquem, que roubem ou algo que o valha, certamente tenho menos recursos que aqueles que hoje tem muito tempo para planejar suas maldades.

Afinal, para que eu quero mais tempo mesmo? Melhor ficar concentrado no trabalho e esquecer o mundo a minha volta.

Justiça rejeita queixa-crime de Arlindo Chinaglia contra o jornalista Arnaldo Jabor

A 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo rejeitou queixa-crime do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) contra o jornalista Arnaldo Jabor, por declarações feitas na rádio CBN, em 2007.

Na época, quando o congressista era presidente da Câmara, Jabor comentou dados divulgados pelo jornal O Estado de S.Paulo, de que deputados teriam dispensado mais de R$ 11 milhões com gasolina nos primeiros meses do mesmo ano.

Segundo o juiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, não houve ofensas diretas do comentarista em relação aos deputados. No entendimento do magistrado, o objetivo de Jabor foi informar sobre o fato, de “maneira jocosa e aguda que lhe é peculiar e pode ser observada na maioria de seus comentários”.

Em uma das frases responsáveis pela representação, Jabor diza:

“Todos sabemos que nossos queridos deputados têm o direito de receber de volta o dinheiro gasto com gasolina, seja indo para seus redutos eleitorais ou indo para o motel com suas amantes e seus amantes”.

Para o juiz, o comentário se absteve de citar nomes, não podendo ser tomado como ofensa contra o deputado. “Trata-se de uma forma de chamar a atenção para o fato de que o reembolso ocorre onde quer que o gasto tenha sido feito, apenas isso”.

Outro trecho do comentário analisado pela Justiça cita o nome do deputado, na época presidente da Casa.

“Será que o senhor Arlindo Chinaglia não vê isso ou só continua pensando no bem do PT? Quando é que vão prender esses canalhas?”.

Na avaliação do juiz, o petista foi mencionado à época devido ao cargo que ocupava – como responsável pela fiscalização parlamentar – e o termo “canalha” não fez referência direta a nenhum deputado. A informação é do site Conjur.

Fonte: Comunique-se

“A” último dos moicanos, por Tramujas Junior

“Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável”, afirmava assim o senador Aloizio Mercadante em seu Twitter (um microblog em que seus usuários e seguidores só podem postar mensagens com no máximo 140 caracteres).

O senador paulista ameaçava naquele momento deixar a liderança do PT depois de discordar da direção nacional do partido, que orientou a bancada a votar pelo arquivamento dos 11 processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética da Casa.

Não é que o Mercadante voltou atrás? Para justificar a sua decisão Aloizio Mercadante escreveu a seus eleitores no mesmo Twitter: “O presidente disse que sou imprescindível, apesar das divergências diante da postura do PT e do governo frente à crise do Senado”.
Como se sentiram os eleitores do senador paulista? Muitos deles manifestaram o desapontamento através do Twitter e inconcientemente repetiam:.”até tu Mercadante?” Esta uma clássica a frase do imperador romano Júlio César que no I A.C. (antes de cristo) foi vítima de uma conspiração de senadores para tirá-lo do cargo. Entre eles estava o seu filho adotivo Marcus Brutus.

Não é de hoje e nem privilégio do Brasil que o Senado participa de momentos como esse. Mas será que os eleitores do senador Aloizio Mercadante não se lembrarão do refugo do senador diante de uma importante decisão? Tal lance ficará na memória de muitos como o refugo em um obstáculo da pista do cavalo e supercampeão Baloubet de Rouet, que junto com o cavaleiro Rodrigo Pessoa poderia ter levado a medalha de ouro nas Olimpíadas de Sydney (2000).

“Infelizmente Baloubet du Rouet ficou famoso por um refugo e não por uma vitória, mas é compreensível. Naquela ocasião nosso conjunto era a última chance de medalha de ouro para o Brasil”, afirmou Pessoa ao relembrar Sydney.

Será que a carreira política de Mercadante ficará marcada por esse refugo em um momento tão decisivo da política brasileira?
Parabéns senadora Marina Silva por sua ética e retidão, que após 30 anos de PT, ela pediu para sair do partido por não concordar com as últimas decisões, o caso Sarney foi só a gota da água para a senadora acreana. Será Marina a última dos moicanos?

Tramujas Junior é jornalista diplomado
www.twitter.com/tramujas

Da Mentira, da política, da vida

Nem sei quantas vezes escrevi sobre a política e seus políticas, sobre os políticos e suas politicagens mas e de que adianta? Você mudou o modo de ver seus ídolos políticos por conta disso? Os políticos mentiram menos por conta disso? Outro dia lendo um artigo do jornalista Aldo Zotarelli, ele fazia um parâmetro interessante, confira:

Você conhece um sinônimo da palavra mentiroso? Não? Faça um esforço e procure no seu mundo uma palavra que signifique alguém que cometa a mentira. Encontrou? Está vendo como é fácil. Pois é. O grande sinônimo de mentiroso é, sem dúvida alguma, o político.
E eu explico por quê. Aliás, nem preciso explicar. Todo mundo já sabe. Não há político neste mundo de Deus que não use a mentira para se acomodar no cargo que ocupa ou que exerce as suas funções. É incrível, mas verdadeiro. Assim não se deve dar chances a um político para que ele fale ou exerça as suas funções porque ele irá se utilizar da mentira ou das mentiras para justificar os seus atos. Vou tentar me explicar.

O que você acha disso? Concorda? Discorda? E o que isso muda na sua vida? Quando você os atos secretos do Senado, que Sarney colocou metade da família no Congresso e não foi punido, você sente o quê? Quando um deputado “esconde” um castelo, não paga impostos dele e não consegue explicar de onde veio o dinheiro para a construção do mesmo, você pensa o quê?

Se você pensou em responder “nada” não se preocupe: você está exatamente igual a 99% da população brasileira. Enquanto cidadãos de países como a França saem as ruas sempre que sentem que algum de seus direitos é violado, nós corremos para a TV afim de saber se Maya irá ficar com Raj ou Bahuan.

Política e Politicagem se confundem como uma imagem no espelho. Onde termina a realidade e começa o reflexo invertido e distorcido de si mesmo? Depende muito mais de nós entendermos a linha tênue que separa a verdade da mentira, a corrupção da verdade e assim acabarmos com a vergonha e roubalheira que campeia a política de nosso país. Sejamos no mínimo dignos do título de eleitor que ostentamos e façamos dele realmente uma arma poderosa na matança dos parasitas da política nacional

Ediney Giordani
www.twitter.com/edineygiordani