Afinal, existe almoço grátis?

o-HOT-DOG-KETCHUP-facebookEm época de crise como vivemos atualmente é normal empresas, empreendedores ou vendedores se desdobrarem mais do que o normal para “agradar” o cliente e não correr o mínimo risco de perdê-lo, aí entra em campo um personagem comum: o almoço grátis. Como assim o almoço grátis? Vou explicar com exemplo.

Você vende cachorro quente e o seu tradicional, pão, vina (ou salsicha), mostarda e catchup custa R$3, mas a crise chegou, a concorrência aumentou e vez ou outra chega um cliente e pede:

– Não dá para por uma batata palha?

Você pensa, ah, putz… esse cara vem sempre aqui, se ele caminhar uma quadra tem um outro vendedor que pode oferecer a dita batata palha e acabar ganhando meu cliente… ok, vou dar.

Então vejamos: o lucro do teu cachorro quente de R$3, diminuiu, você diminuiu o valor agregado do teu produto premium que é o cachorro quente completo e ainda por cima virou “refém” deste cliente que toda vez que vier comer o seu cachorro quente irá exigir a batata palha, afinal, se você pode dar uma vez por que não pode dar duas? Caso você tenha outros clientes perto quando este pedir a batata palha a coisa piora. Ou ele vai pedir a batata também e você tem que fornecer ou, não irá pedir e nunca mais voltará já que vai se sentir desprestigiado pois o outro ganhou e ele não.

Essa questão vislumbra diferentes interpretações com o passar dos anos e não há uma maneira fácil de se resolver, a verdade é que cada produto tem o seu preço, e eles deveriam ser explícitos e aceitos ou não. Infelizmente, é normal vendermos “vina” e o cliente “achar” que o pão acompanha, não acompanha. Para acompanhar, tem que ser cobrado. Em uma relação de ganha-perde todo mundo sai perdendo, mesmo aquele que em teoria está recebendo mais serviço do que pagou. Em um movimento claro, no próximo orçamento o fornecedor vai tentar tirar a diferença já prevendo que haverá a negociação perde-ganha, o comprador vai achar o preço caro e não vai fechar e por fim… ambos perderam.

Tem que haver um respeito pelo trabalho do próximo, tudo tem um preço, tudo tem um valor. Também é preciso haver um respeito, este talvez maior, pela palavra empenhada, esta compõe o seu maior patrimônio, deve ser cumprida fielmente. Jogue limpo, tenha preços honestos e seja claro na negociação, não deixe margem para interpretação. Você e seu cliente ganharão.

Qual foi a última vez que você realmente se comprometeu com algo?

christian-bale-emagrece-lindo-magro-filmeComprometimento. O que é isso? Neste texto, quero trocar figurinhas com você sobre esse tema e começo com uma pergunta: Qual foi a última vez que você realmente se comprometeu com algo. Por “algo” entenda, tudo aquilo que você de mostrou disposto a fazer. Aceitou um trabalho, um namoro, um casamento, um filho, uma dieta, suas metas pessoais, enfim, qualquer coisa em que você tenha empenhado a sua palavra ou sua energia.

Comprometer-se  com algo é simplesmente incrível, um contrato que você faz, acima de todos com você mesmo, em que indica fazer coisas pois gosta delas. O problema que normalmente surge é o desânimo e a falta de coragem. Desanimou com alguma coisa e não tem coragem de contar ao preposto. Está em um emprego que não gosta e não tem coragem de pedir a conta. Está infeliz em uma relação e não tem coragem de falar a verdade.

COM-PRO-ME-TI-MEN-TO

Sabe quando aquele seu amigão do peito lhe conta um segredo? Aquele bem cabeludo? Aquele que você só conta para alguém extremamente de sua confiança? Pense que um dia vocês brigaram feio, e, por aquelas coisas que só a vida conta tornaram-se inimigos de morte. Você tem uma carta na manga, sabe de algo que ninguém pode saber. Sabe de algo que pode inclusive te beneficiar com amigos ou no trabalho se for revelado. Você conta? Conta, se for um tremendo mau caráter. Você fez um contrato, você se comprometeu em não contar.

Mais?Você foi contratado por uma empresa, esta confiou no seu currículo, na entrevista que você deu, na qualidade do seu trabalho e em tudo aquilo que você se dispôs. Começando a trabalhar você vê que o trabalho não era bem aquilo que você esperava, viu que tinha muita coisa que você queria mudar e com o passar do tempo acaba ficando um tanto quanto desanimado com a situação. O que você faz? Se for uma péssima pessoa, nada. Se for alguém sério, uma pessoa comprometida, senta, conversa com o seu gestor e se necessário, apresenta sua demissão.

Você encontrou uma pessoas super divertida, amiga, bonita. Apaixonou, casou, quem sabe até teve filhos, depois de algum tempo sente falta da farra com os amigos, lembra de como sua casa era mais a sua cara quando você morava sozinho, então resolve que você não precisa se dedicar 100% aquela relação, então, aos poucos começa a desfazer  o contrato, o comprometimento, todas as promessas que você fez outrora tornam-se palavras vazias jogadas em um vendaval.

É verdade também que algumas vezes para manter a sua palavra você acabará sofrendo, terá momentos ruins e conversas desagradáveis. Você não precisa fazer nada do que não gosta, a única coisa que lhe é cobrado é a verdade.

Se você fez, honre, seja verdadeiro com você mesmo. Seja verdadeiro com aqueles que acreditaram na sua “vontade”. Dê 100% de você onde quer que você tenha empenhado a sua palavra. Você é exatamente aquilo que apresenta e aquilo que executa e não aquilo que acha sobre você mesmo. Coloque no seu pensamento que todos que dividem a mesma área e vontade, que alguns estão sofrendo por aquilo que você não está fazendo.Que alguém está decepcionado por você não cumprir com a sua parte. Aliás, fazer a sua parte, é disto que tudo isto se trata.

A foto:

Nesta foto, o ator Christian Bale mudou drasticamente seu estilo de vida, seu peso, sua aparência. Por quê? Para viver um papel no cinema. Ok, você pode estar dizendo que ele ganhou milhões para fazer isso, é verdade. Mas também é verdade que, caso ele não tivesse se comprometido anteriormente, com trabalhos menores, talvez até mesmo sem remuneração, ele não teria de maneira nenhuma ter tido essa chance.

Palavra, não a escrita, a dada.

Procura-se-a-honra-da-palavraSempre achei que o combinado não custa caro e trabalho para manter todos os meus compromissos, os advogados, os contratos, a burocracia, tudo isso deixou o fio do bigode distante do dia a dia das pessoas. Para os novíssimos integrantes da raça humana, fio do bigode é um termo usado entre as pessoas para que um acordo fosse fechado, bastava um aperto de mão e pronto, tudo estava consumado. Também, poderia se dar a palavra, um cavalheiro jamais faltaria com um compromisso se sua palavra fosse dada.

Hoje, infelizmente, isso mudou. E o tema é polêmico. Toda vez que nos propomos a fazer algo, apesar de intimamente não concordarmos com tal, o que estamos fazendo, na verdade, é dando a nossa palavra, palavra de honra que aquele compromisso será sagrado, será cumprido e não contestado.

Quantos você conhece atualmente que não importa o que ocorra honram sua palavra? Eu conheço muito poucos. Acima afirmei que o tema é polêmico e é. Pense comigo. Você é contratado, aceita fazer o trabalho X pelo valor Y. No mercado o trabalho é diferente e os valores também, mas você aceitou, não? Ainda assim a justiça está abarrotada de processos de pessoas que se sentiram prejudicadas agora, apesar de não acharem isso anteriormente. Eu sei, há casos e casos, há o assédio que deve ser levado em consideração, Há o conjunto de coisas que não estavam combinadas, e para tudo isso uma justificativa diferente e uma análise diferente e a pergunta que as pessoas deviam se fazer é: estou sendo correto? Estou cumprindo com minha palavra?

Em um país em que a lei do mais esperto vigora sobre todas as demais, entende-se que pode tudo. Não cumprir tudo o que está no contrato, não entregar o serviço pelo valor combinado, atrasar em um dia ou mais o serviço que era para ser entregue ontem, revelar um segredo que prejudicará outro para beneficiar a si mesmo, e assim o dia vai se fazendo, a vida vai se cumprindo.

Há um filme, totalmente imbecil, eu sei, chamado A Herança de Mr. Deeds, o rapaz vivido por Adam Sandler é um típico interiorano que ganha uma fortuna na “cidade grande” e tem que ir pessoalmente tomar posse. Chegando lá, é cercado por toda sorte de aproveitadores que se prevalecem da sua “inocência”, do acreditar em todos para aferir vantagens pessoais. O escracho da palavra, do fio do bigode, um retrato que vivemos diariamente em nossa triste sociedade.

Há uma parábola que conta a história de um agricultor, ele chamou trabalhadores da região para ajudar na colheita, todos deveriam se reunir na fazenda pela manhã e ao final de um dia de trabalho ganhariam 1 moeda de prata. O dia começou e com ele os trabalhos, pouco antes das 12h outro trabalhador chegou pedindo por serviço, o proprietário disse que ele poderia ajudar na colheita. Ao final do dia, como prometido, o pagamento começou, o primeiro a receber foi o senhor que havia chegado depois, ele recebeu uma moeda de prata.

Na fila o burburinho começou:
– Se ele que chegou depois recebeu uma moeda de prata imagina a gente que chegou bem antes…

A medida que a fila do recebimento andava, notavam que todos estavam ganhando uma moeda de prata e a indignação começou, todos sentiam-se prejudicados.

O proprietário, vendo todos indignados, perguntou:

– Por acaso deixei de cumprir com vocês o que tinha prometido?

E realmente somos assim, não nos contentamos com o que nos foi prometido e concordamos, achamos que merecemos sempre e sempre mais.