O dia que se decidiu não decidir!

Na 2ª ele tem compromisso

Imagine você, alguém que é pago para decidir e não decide. Devia ter o salário descontado, ou deveria levar uma advertência de seu superior, ou coisas correlatas. Mas e se a pessoa em questão for o presidente do Supremo? E se acima desta pessoa não houver mais ninguém? Pois foi o que aconteceu.

O ministro do Supremo, digníssimos, excelentíssimo, caput, data vênia, parágrafo 3 inciso primeiro, César Peluzzo, após algo que mais parecia uma mesa redonda dos anos 80 decidiu, não decidir.

Para os desinformados e que sabe-se lá por qual motivo irá se informar por este blog, os Ministros do STF empataram no Caso Joaquim Roriz, trocando por miúdos quer dizer que; cinco votaram a favor da ficha limpa valer para estas eleições e cinco votaram contra, o presidente poderia fazer valer o seu voto de “qualidade” e sepultado a questão (aliás, se acompanhasse o próprio voto seria contra o ficha limpa), mas não quis fazê-lo. Em entrevista disse que não tinha vocação para déspota, e pelo jeito também não tem vocação para presidente.

Muitas “coisinhas” chamaram a atenção na sessão de ontem que sim, tive a pachorra de assistir até o fim, entre elas o destempero do ministro Gilmar Mendes (aquele mesmo que comparou jornalistas com cozinheiros) que  conclamava seus colegas a não se prostrarem frente aos apelos populares sob pena de “fecharmos o Supremo”. Chamou a atenção também a “disponibilidade” do Presidente do supremo, quando o ministro Celso Melo pediu urgência na votação e quem sabe deveriam se reunir na segunda-feira o presidente disse que “infelizmente” tinha compromisso. E o trabalho ???

Que há um problema sério no judiciário do Brasil isso não se discute, que se faz necessária uma urgente reforma para que o sistema seja menos lento e mais justo isso é fato, agora no mínimo deveríamos ao menos tentar fazer o melhor, dentro do pior.

Update
Como o senhor Joaquim Roriz que era o pré-posto do processo desistiu da candidatura, todo o julgamento  passa a ser inválido também, ou seja, as mais de 12 horas de julgamento, graças a “não decisão” de nada valeram! Agora é esperar que outro processo entre na pauta e tudo comece novamente.