Algumas das certezas da vida: o erro

Shit+Happens.+Extremely+unlucky+convict.+Another+caricature+from+the+newspaper_a900b8_3128236Há erros na vida que cometemos e simplesmente não entendemos como pudemos ser tão imbecis. E se eu tivesse feito isso diferente, e se tivesse feito aquilo? Não importa mais, já foi, já era, é história. O melhor que você pode fazer é transformar esta história em um aprendizado, algo para não se fazer mais. Mas, e sempre tem o “mas”, fatalmente você irá cometer erros novos.

Isso não é necessariamente uma má notícia, pode ser até mesmo uma ótima notícia, afinal, aquele erro ficou para trás e desde então você criou algo novo, inovou, buscou. Os erros fazem parte do nosso dia a dia. Prefiro os que erram pela ousadia dos que pecam pelo inércia.

Porém um erro sempre vem com suas conseqüências, e fatalmente ela será má. A um preço a se pagar pelo erro, há um tributo a ser mencionado no seu currículo, o pagamento só depende de se combinar o preço, que ele acontecerá é certo.

O que fazer? Como punir? Com qual chicote? Com que força? Varia?

Perguntas difíceis de se responder, mas neste caso mais que o fato isolado, o legado da pessoa fala por ela. Leve em conta que todos em maior ou menor gravidade iremos errar, então o passado, o trabalho, quanto ela dá ou deu pela empresa, pela família, pelo relacionamento será seu advogado.

Não há outra maneira de se medir essa força. Não há outro modo de se buscar a justiça.

Justiça?

Virtude que consiste em dar ou deixar a cada um o que por direito lhe pertence.

Será?

Em uma empresa por exemplo, a justiça pode até se fazer presente na relação patrão X empregado, mas dificilmente na relação cliente X empresa, aqui vale a lei do dinheiro. A lei do mais forte. Quem pode manda, quem tem juízo obedece. Assim é a justiça nesta relação. Não importa quão bom ou ruim tenha sido o seu trabalho, aqui falamos de algo maior. Falamos de dinheiro, que no final das contas, neste quesito é o que realmente interessa.

Então, se eu puder dar uma dica, ok, pode ser petulância minha das dicas ou conselhos, este seria:

Relaxe.

Cerque-se, é claro, de todos os meios possíveis para evitar que o erro ocorra. Tenha processos válidos. Tenha informações clara. Cheque as informações claras, mas se acontecer, e irá, relaxe. Busque ao máximo minimizar ou consertar o erro, não vai mudar o fato que você errou, mas irá demonstrar que você é humano e como tal tem a desculpa suprema: errar é humano.

Coisas que aprendi mas não queria ter aprendido

Captura de Tela 2013-09-12 às 11.02.17Toda vez que escrevo, ou falo, coisas um pouco mais polêmicas acabo taxado de alguma coisa. Ou burro, ignorante, “reaça”, “coxinha” enfim… nem ligo. Aliás me divirto muito, a última é que sou jornalista de esquina. Talvez até seja mesmo. Afinal, de que adianta falar para uma plateia que não quer ou não se importa em ouvir? Todos tem a sua verdade e ela é absoluta. E aqui está a primeira coisa que aprendi nos últimos dias:

O debate morreu.

A argumentação não importa. Os fatos não importam. É “verdade” contra “verdade”, simples assim.

Também aprendi coisas novas com relação a relação de poder da política brasileira:

Fale que você é diferente até precisar ser, aí, fique igual.

O partido de Marina Silva é um bom exemplo disso. Seguindo todos os trâmites do bom e velho coronelismo fez o que todos os outros partidos fizeram ao longo de sua história: deram um jeitinho.

Aprendi também sobre a justiça do Brasil:

Aprendi que ela não existe. Ao menos não para todos.

Vários exemplos são vistos, vários são seguidos. E sim, eu sei que minha amiga e leitora deste blog, Vivian, a Dra. Vivian irá discordar comigo. E como conceito ela tem razão, porém como realidade, permita-me Vivian, não. Julgamentos como o pagodeiro que matou a mulher e cinco anos depois está sendo julgado em fuga. O grupo de pagode que é acusado de estuprar e todos estão a solta. O deputado que demorou mais de oito anos para ir a cadeia. O jornalista que matou, confessou, ficou 9 anos esperando o julgamento, 2 anos preso e agora irá sair em liberdade condicional. E claro, o famigerado, o vergonhoso, o inescrupuloso julgamento do Mensalão.

Ele é presidido e relatado por um presidente indicado por Lula mas que se coloca para a sociedade como paladino da justiça. O mesmo presidente que não tem compostura para com seus pares porque, como falei ali em cima, o debate morreu, e viver com o diverso não é mais opção. Esse mesmo presidente que manda jornalista calar a boca. Acha que não tem que dar explicações sobre apartamentos milionários e nem viagens em aviões especiais. E olha que escrevendo o que escrevi parece que ele é o lado mau da questão. Não. Ele é um dos melhores.

O julgamento do mensalão nos dá um bom exemplo deste ensinamento. Funciona assim: se você tem dinheiro e bons advogados e eles souberem o que diabos é embargos infringentes, a chance de você se dar bem apesar de ter roubado, desviado, mandado roubar, ou sabe-se lá que crimes você venha a cometes, é grande. Na verdade é quase garantida. Faça as contas, o julgamento vai demorar mais ou menos uns 10 anos para começar, depois ele vai demorar uns 2 meses, em seguida leva mais uns 6 meses para publicar as sentenças, depois tem o tempo de… enfim, você vai se dar bem.

Ainda no campo da justiça você pode várias coisas. Um juiz, digamos presidente, pode ser investigado e pedir que a imprensa não divulgue nada sobre isso. Pode articular para que o filho entre em outro tipo de corte. Pode posar de justiceiro. Pode liberar verbas para compras de carro. Pode muitas coisas e nem precisa prestar contas de nada.

E por fim aprendi algo que é explicito mas que teimava em negar:

Se você tem um cargo com qualquer tipo de status você é um semideus.

Se você é vereador, prefeito, deputado, governador, desembargador, juiz, enfim, se alguém te chamar de doutor, pronto, comece a fazer os seus milagres. Outra mágica que acontece é: esqueça tudo o que você sabe fazer manualmente, não precisará mais, alguém fará por você. Abrir a porta? Nada. Dirigir? Absurdo. Pegar um cafezinho? Nem vou comentar.

A vida é assim, alguns ensinamentos a gente não gostaria de receber, mas ao recebe-los você aprende a lidar melhor com o seu meio, infelizmente um meio bem sombrio.

Quem puxa o gatilho que nos mata?

29_MHG_RIO_ectasy6Diariamente acompanhamos diversas formas da falência da segurança pública do Brasil. Com o passar do tempo nos acostumamos também com as mais diversas desculpas para tal. Era o povo que não tinha emprego, agora vivemos em pleno emprego e jamais tivemos taxas de criminalidade tão absurdas. Era o povo miserável do Brasil. Segundo dados das Nações Unidas cerca de 35 milhões de pessoas deixaram a pobreza no Brasil, e ainda assim nossos números de violência jamais foram tão altas. Eles então culpam a educação no Brasil, claro que ela tem sérios problemas, mas jamais as pessoas foram tão educadas como agora e ainda assim as taxas de criminalidade seguem alarmantes. Vamos começar a culpar quem de direito?

Legisladores!

Sim, cada arma apontada para um cidadão brasileiro tem o dedo de um deputado, de um senador ajudando o bandido a puxar o gatilho. Toda a criminalidade poderia ter seu percentual diminuído a números extremamente menores se houvesse uma coisa simples: punição. Sim, nossas leis são uma verdadeira Disney para os contraventores, principalmente se estes forem dotados de grandes somas de dinheiro. Antigamente os programas de rádios policiais alardeavam que apenas “preto, puta e pobres” iam para a cadeia. É também verdade, mas não é toda a verdade.

Muitas pessoas pobres estão por aí cometendo seus crimes impunemente, alguns até tiram sarro da ineficiência da justiça brasileira, não precisamos nem reforçar aqui a lentidão do chamado julgamento do mensalão. Para poucas pessoas que tiram a “sorte” de ir para os presídios brasileiros o inferno começa. Não importa se matou 333 pessoas ou roubou 33 galinhas o local é o mesmo, a convivência é a mesma, aí o círculo vicioso se completa, crime, impunidade, crime, prisão, escola de aperfeiçoamento do crime, liberdade, novo crime…

Pelas mãos dos legisladores brasileiros passa a falta de coragem de propor mudanças nas leis, até mesmo aquelas consideradas cláusulas pétreas na constituição que necessitam de mais trabalho, mais discussão, mas precisam de uma conversa de uma vez por todas. Não há motivos para a falta de punição de criminosos. Não motivos claros para a falta da implementação de penas alternativas, e aqui o poder judiciário que pegue para si o seu naco de culpa. Não há motivos claros para a falta de presídios decentes, porque sim os presos tem que ficar em locais que lhes proporcione regeneração de seus atos, não for para ser assim que se implante a pena de morte de uma vez, aqui o poder executivo também abocanha a parte que lhe cabe da culpa.

A verdade é apenas uma: o povo brasileiro está morrendo pela falta de leis que se façam cumprir. É hora de mudar o jogo, todos ganham, todos vivem ou todos morrem, infelizmente, literalmente.

Era uma vez um cidadão brasileiro que aqui chamaremos de Boby….

Blind Justice…Boby dirigia serelepe seu automóvel pela avenida Manoel Ribas quando outro cidadão, tentando passa-lo pela direita raspa o seu carro com o carro de Boby. Boby, protesta. O homem tomado pela certeza dos ignorantes e protegido pelo manto da impunidade ameaça agredir Boby.

Boby é cidadão do bem, não quer briga, fecha o vidro e fica ouvindo os estrondos da mão alheia, da mão agressora, da mão da impunidade desferindo golpes contra o vidro, o estranho se foi e deixou para trás apenas a placa do seu carro, com a qual Boby pensou que o seu dano pudesse ser reparado.

Mas Boby, cidadão de bem, pagador de impostos não conhecia as delegacias do Paraná e nem o atendimento que elas prestavam. Foi mal atendido, mas ainda assim registrou queixa. Foi algum tempo depois prestar novos esclarecimentos. Outro mês se passou e Boby foi chamado para uma audiência, foi sozinho e lá sozinho permaneceu, o agressor nunca apareceu.

Alegaram os executores da lei, que de boa vontade em 3 endereços procuraram, mas não o encontraram, então fim de caso. Caso encerrado, é menos, é claro que Boby seja vidente, detetive ou tenha poderes ocultos nunca antes revelados apresente um endereço em que o agressor possa ser intimado. Simples assim, a impunidade venceu de novo.

Desolado, Boby volta para o seu quadrado. O quadrado dos que não devem, mas vivem com medo. O quadrado dos que fogem de confusão e rezam para que não precisem de justiça pois ela é tão cega que nem seus agressores enxerga.

Conseguiremos através da morte separar os tomates podres?

Ontem recebi um link com o seguinte nome “Malandro levando tiro”, a principio não abro vídeos com estes nomes, mas este me fora recomendado por um amigo que via de regra só repassa coisas que valem a pena, esse caso, não era uma destes casos.

O vídeo, que não, não irei colocar no blog, mostra o que parece ser uma reportagem policial falando sobre um jovem que fora alvejado e que aguardava a presença da ambulância, de repente, um jovem vestido de roupa amarela chega, saca o revolver de sua bermuda e dispara contra o quase moribundo, simples assim. Saque, tiro, morte.

A cena é tão simples, que choca, é a primeira vez que vejo a vida humana tomar um rumo tão barato. É a primeira vez que vejo o medo que assassinos tem da punição, ou seja, nenhum.

Havia no local testemunhas, havia uma equipe de reportagem, para o bandido é como se não houvesse ninguém. Ele simplesmente matou e seguiu com sua vida. Infelizmente não consegui maiores informações sobre o caso. Conversei com um jurista para saber o que efetivamente poderia acontecer com aquele assassino visto que ele não tinha nenhum tipo de defesa plausível.

A resposta é estarrecedora: ele certamente ficaria preso até 3 anos antes de ser julgado, isso levando-se em conta que não tivesse dinheiro para contratar um bom advogado, se tivesse seria um novo Pimenta Neves, matou, confessou, todo mundo sabe quem foi, mas esperou em liberdade. Quando julgado iria pegar a pena máxima e os anos não importam tanto, superaria 30 anos mas a lei brasileira não permite que alguém passe tanto tempo na cadeia.

Preso, se tivesse bom comportamento  a partir do sétimo ano de pena (dos quais teoricamente já teria cumprido 3 anos do julgamento) poderia pedir liberdade condicional, ou seja, 7 anos após ter atirado e matado a sangue frio outro ser humano, poderia estar nas ruas, solto, a vontade para fazer o que bem quisesse.

Não sejamos ingênuos, o mundo jamais passou por períodos de paz, o ser humano sempre foi mal por natureza, sempre praticou crimes contra o seu próximo, até mesmo na Bíblia um irmão matou o outro em busca de benção e poder. O que mudou com o decorrer do tempo foi o tipo de punição, passou do nada para o “olho por olho” , no Brasil retornamos ao nada.

A vida, ganhou um preço, baixo. Todo mundo pode pagar. Se quiser tirar uma vida, fique a vontade, a sua pena será ridícula, sua vida dar digamos, uma pausa, depois você aperta o play novamente e segue como se nada tivesse acontecido.

Via de regra sou contra a pena de morte, mas há casos que me fazem repensar esse preceito religioso, a pergunta que fica é: conseguiremos através da morte separar os tomates podres?

A Justiça não prescreve! Ou prescreve?

A sensação de impunidade que impera no Brasil talvez seja o melhor argumento, se é que há melhor neste caso, para o aumento da criminalidade entre jovens. Se antes a desculpa era social, esta cai por terra com a estabilização da economia, maior acesso a educação e condições cada vez melhores de moradia.

Se tudo este cenário é bom, por que então esse número cresce? A impunidade! Mas se as leis não mudam… Então… diante desse cenário só nos resta o caminho da desesperança? Agora, enquanto escrevo este texto, o ex-jogador e atual comentarista Edmundo estão sendo procurado pela polícia. Em 1995 ele foi responsabilizado por homicídio culposo de 3 pessoas, foi condenado há 4 anos de semi aberto, não cumpriu nenhum. O juiz expediu então o mandato de prisão, enquanto o advogado do atleta defende que o crime já prescreveu.

Mas então espera: eu sou loiro (isso é um auto bullying?) e demoro um pouco mais para entender, quer dizer que ele “mata”, não cumpri a pena que lhe foi imposta e agora, depois da ameaça de prisão ele simplesmente não quer pagar nada? Pode isso Arnaldo?

Não, a regra é clara! Ao menos deveria ser. Cometeu crimes tem que pagar, em vida! Nada de deixar por conta do diabo um serviço humano. A impunidade mostra suas garras em recursos diferentes em diferentes varas, diferentes tribunais. Na entrevista desta semana da revista Veja, o ministro Joaquim Barbosa, aquele que o deputado mandou tomar cuidado para não cair na mão do “pretinho do tribunal”, expôs sua opinião sobre o sistema judiciário brasileiro: “é bem rigoroso com pobres e negros”!

Pagar sua pena pós condenação é o mínimo que se espera  de qualquer democracia séria, de qualquer sistema judiciário minimamente consolidado, de um país que espera que seu povo se orgulhe do sistema judiciário que lhe atende.

A verdade é que tudo gira em torno da maneira com que as leis são dispostas para beneficiar alguns interesses, para atrasar, afinal, elas foram feitas de maneira tão minuciosas que abrem margem para tantos recursos que o principal deles, o mais relevante, o recurso da Justiça, fica para a última instância, isso quando não prescreve!

“Pimenta” nos nossos olhos

O emblemático, como diria Gilmar Mendes, caso do jornalista Pimenta Neves que matou, confessou, foi condenado e ficou 11 anos com recursos e mais recursos aguardando para tentar se livrar da prisão chegou ao fim. Sua defesa disse que recebeu a notícia da prisão com consternação porque não teve acesso a um julgamento justo. Como assim? O cara não confessou? Não matou? O que a defesa esperava? Absolvição?

O caso Pimenta Neves é sim emblemático, o emblema desse caso é social. Sim, porque não há defensor público no mundo que recorreria tantas vezes como os advogados do senhor Pimenta. O emblema é sim da impunidade porque Pimenta já cumpriu 7 meses de prisão, é réu primário, tem mais de 60 anos e tem o direito de estar em liberdade em apenas 1 ano e 8 meses e contando…

Quando Pimenta Neves resolveu se entregar e a polícia foi pegá-lo em casa, confortavelmente sentado no banco de trás da viatura e no porta-malas como normalmente acontece, ele mesmo fechou a porta de sua casa como se fosse dar uma saidinha e já voltava. Ele estava certo.

Pimenta Neves, o jornalista Pimenta Neves, foi protagonista de uma grande reportagem, nela o descaso com a vida, nessa reportagem a lentidão da justiça brasileira escancarada em páginas e páginas de recursos. Na reportagem protagonizada por Pimenta a descrença na punição expressada pelo pai da jovem assassinada que afirmou que tinha certeza que morreria antes de ver o algoz da filha atrás das grades.

Pimenta Neves jogou nos olhos do povo um colírio ardido, um colírio devastador, o colírio de que a justiça e as leis brasileiras estão na UTI e precisam urgentemente passar uma revisão. Ardeu ainda mais em nossos olhos o aceno gentil do assassino ao deixar sua casa. Ardeu em nossa alma a punição inócua e nula a que se prestou nossa justiça. Nosso Supremo, informou seu magistrado, julgou um caso emblemático e assim como os casos Mensalão e Battisti, mais uma vez, quem perdeu foi o povo brasileiro.

Sobre educação, censura e assassinato

Educação. As vezes fica até chato falar sobre esse tema, mas, na minha opinião a maior parte dos problemas da sociedade recaem sobre este tópico. Aliás, já até escrevi sobre isso aqui.

Censura. Outro tema que nos parece distante, que desde o fim da ditadura nos anos 80 parece ser um tema vencido, mas é ?

E quando uma coisa interfere na outra? É o que estamos vendo hoje em dia no Brasil. Sim, não conseguimos educar a população e para que não tenhamos atos que não estejam de acordo com o que convencionamos certo, proibimos.
já é assim nas novelas, nas designações dos horários de programa que podem ou não serem exibidos, mais recentemente no canto das torcidas nos estádios em que “proibi-se” palavras de baixo calão.

As novas batalhas da Censura X Educação são: querem cassar o candidato/palhaço humorista Tiririca porque segundo os paladinos dos bons princípios brasileiros ele estaria desrespeitando o Congresso Nacional.

Sim, Tiririca com suas piadas desrespeita o parlamento brasileiro, os mensalões, os  escândalos, os funcionários fantasmas não! Também nesse campo, mas dessa feita erguida sob a bandeira da segurança, em Curitiba proibiu-se o uso de telefone celulares nas agências bancárias, a intenção é boa, mas como dizem, de boas intenções o inferno está cheio e este é mais um caso destes.

Paes, Cabral  e Lula, cumplices de assassinato?

O título parece forte, e é. Mas não posso deixar de comentar nesse espaço o que ocorreu no Rio de Janeiro essa semana. Um jovem morreu simplesmente porque o Estado não cumpriu  decisão judicial (precisava de uma decisão judicial?)de fornecer um aparelho para um jovem.

A história é assim: depois de fazer muita hemodiálise a rapaz precisava de um aparelho cujo aluguel custava R$ 500 diários, esse aparelho não era para toda vida, somente até o jovem ter se recuperado, o Estado disse que não poderia fazer nada, o Ministério Público entrou na justiça e garantiu o direito, o Estado não cumpriu e um dos integrantes do “futuro do Brasil” morreu. Simples assim!

Ricardo Boechat na Band News pela manhã definiu bem o que pode ter acontecido: os governantes deviam estar tão ocupados em dizer quem roubou menos, quem fez mais, quem quebrou sigilo de quem, quem tem o pau maior que quem, que, claro, esqueceram do “otário” do Rio de Janeiro, afinal, ele nem tinha título de eleitor mesmo!

Ainda somos Colônia…

Algumas vezes o jornalismo, ou melhor, o modo como ele é feito nos decepciona, e foi um sentimento desses que me flagrei sentindo no último domingo, quando assisti ao enlatado que o Domingo Espetacular, genérico da Record para o Fantástico exibiu, inclusive, o produto era tão enlatado que tiveram inclusive que mostrar imagens do próprio Fantástico com o Zeca Camargo e com a Patricia Poeta entrevistando a vó do garoto. A propósito, o enlatado era sobre o caso Sean, aquele que o pai buscava na justiça a guarda do filho.

Não estou criticando o fato do documentário ser extremamente parcial a favor do pai, não estou questionando o fato da Record ter se resumido a exibi-lo, não estou falando sobre ao contrário do que diz o bom jornalismo “ouvir o outro lado”, mas sim o fato de novamente termos mostrado quão provincianos somos. Apelamos para materiais prontos e engolimos a versão americana como a correta.

Essa não é a primeira vez que isso acontece, temos dois exemplos recentes na aviação, o piloto que nos mostrou o dedo do meio quando o Brasil colocou em prática a reciprocidade de identificação nos aeroportos. E o terrível caso do voo da Gol, que foi literalmente tirado do ar por dois pilotos irresponsáveis, que irresponsavelmente desligaram um aparelho obrigatório, e foram tratados como heróis no país mãe.

Somos apenas um pequeno condado da América do Norte, em muitas áreas ainda não conseguimos nossa independência, apenas mudamos nossa sede. No caso do jornalismo a situação ainda tende a piorar com a queda da obrigatoriedade do diploma. Quem viver…verá.

#lutopelohaiti

Esclarecimentos são necessários, ou melhor, primordiais

Outro dia, escrevi em meu Twitter que juízes deveriam, tal quais técnicos de futebol, a dar entrevistas coletivas explicando suas decisões. Já me cansei de ter que em uma edição de jornal contar que fulano fez isso e aquilo e no dia seguinte noticiar que a justiça mandou liberar o cidadão porque não havia provas disso, eu menti? A polícia mentiu? As testemunhas mentiram?

Vejamos o caso do “Habibinho” aquele que a imprensa fala o nome (que nesse caso não tem a menor importância) aliado com o adjetivo “filho de um diretor da Assembléia”. Ele foi preso em flagrante por se envolver em um acidente que resultou na morte de quatro pessoas, ter se negado a fazer o exame de bafômetro e segundo a polícia estar visivelmente com sinais de embriaguez.

Quatro dias depois a polícia mandou soltá-lo, ué a autoridade policial mentiu? Em seu despacho o juiz disse que as testemunhas tinham opiniões dissonantes (ou seja, diferentes) que os tais sinais de embriaguez poderiam ter sido causados pelo air bag de seu Pajero que protege a vida mas causa deformidades no rosto, e que o empresário não fugiu do local, por tanto, presume-se que tudo não passou de um terrível acidente.

Não estou aqui contestando a culpa ou não do rapaz, acidentes acontecem e poderia ter sido com qualquer um de nós, agora… temos um policial, temos testemunhas e nada disso valeu nada? Tudo o que foi noticiado não passou de um grande mal entendido?

juízes deveriam sim dar esclarecimentos a sociedade sob seus atos, porque em situações como esta alguém vai sair com a reputação manchada: ou a imprensa por noticiar e propagar inverdades ou o poder judiciário por liberar pessoas de culpa baseados em presunção pessoal.

Nas duas situações, a sociedade é a grande derrotada!

Blog de repórter da Band é censurado pela Justiça do PR

A 2ª Vara Cível de Curitiba (PR) proibiu o jornalista Fábio Pannunzio de citar em seu blog o nome de uma brasileira de 22 anos, esposa do homem apontado como o líder de uma quadrilha deflagrada na última segunda-feira (7).

Segundo investigações do Ministério Público, o grupo fraudava o sistema de concessão de vistos para trabalho temporário nos EUA desde 2002.

Em sua página na internet, o jornalista ressalta que as informações sobre as supostas fraudes eram noticiadas desde o dia 16 de abril deste ano. Na segunda-feira, por meio da “Operação Anarquia”, foram presas 11 pessoas em quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Entre os envolvidos, indiciados por formação de quadrilha e estelionato, está Alexandre Fernandes, esposo da mulher que moveu ação contra Pannunzio.

Segundo informou o jornal O Globo, nos últimos sete anos cerca de 4,5 mil pessoas foram vítimas do esquema. O grupo cobrava até R$ 15 mil por pessoa e prometia emprego nos EUA. Assim que as vítimas chegavam em território norte-americano, descobriam que as vagas eram inexistentes.

De acordo com Pannunzio, que atua como repórter de política da Band, o “interesse” do blog no caso foi despertado quando se detectou a presença da jovem brasileira na chamada Dispersão Vermelha, lista das pessoas procuradas pela Interpol. A autora da ação teria atuação na formação do esquema, iniciado na República Dominicana e está foragida da Justiça.

“O Blog fez a denúncia embasada em farta documentação obtida junto às autoridades dominicanas. As matérias foram veiculadas a bem do interesse público. A prisão da quadrilha só faz reforçar nossa convicção na necessidade de dar divulgação aos crimes, que continuavam sendo perpetrados principalmente no Paraná”, postou o jornalista.

Em seguida, no post abaixo, o jornalista informa que “respeitando a ordem judicial (…) o blog espera não ser punido por ter prestado um serviço sobre cuja relevância não há a menor dúvida”.

“Não há um retoque a fazer no que foi noticiado. A partir de agora, aguardamos ansiosamente a derrubada da liminar que nos censurou para dar curso à cobertura da atuação dessa organização criminosa”

Fonte: Portal Imprensa Online – 09/12/2009