O que é interesse público no jornalismo?

Me formei em jornalismo em 2002, na época a profissão já cambaleava entre jornalões chapa-brancas e o início da concorrência com blogs, na gringa, os grandes portais começam a ganhar a guerra. Jornalismo para mim é sagrado, ele, quando feito de maneira profissional molda a sociedade para o seu melhor. Cobra de quem é preciso cobrar, aponta erros e desvios, volta sua metralhadora de informações para todos aqueles que tentam esconder os fatos.

Basicamente jornalismo de verdade é fazer perguntas que os outros não querem que sejam feitas.
Jornalista é aquele que sendo comunista aponta todos os defeitos do comunismo, sendo capitalismo mostra o seu pior lado.

Jornalista gosta de história, de verdade.

Todos as grandes mudanças do Brasil vieram por meio da imprensa, às vezes atendendo interesses, outras apenas em busca do “furo”, mas mudava, incomodava.

Um dia, chegou Gilmar Mendes e seus pares do STF, atendendo a uma solicitação do patronato e acabou com a exigência do diploma para o exercício da profissão, nesse dia, o jornalismo em entrou em estado de coma e de lá não deve sair. Hoje, 2023, vivendo do passado, alguns até tentam voltar com essa exigência, sou contra, não faz mais sentido, o tempo atropelou o caso. Todos são jornalistas atualmente, sem que ninguém tenha responsabilidade sobre isso.

Ontem, 13 de abril de 2023, me deparei com uma postagem de um conhecido influenciador esportivo do Paraná sobre como o filho de um goleiro condenado pelo assassinato de uma modelo, que leva o nome do pai e da mãe, estava jogando como goleiro do Athlético Paranaense. Batizando o caso como “rolê aleatório”, o influenciador dava nome, sobrenome, posição e, foto. Quando cobrado sobre o motivo daquela divulgação se defendeu dizendo que “logo todos saberiam…”.

Infelizmente ele estava certo, ainda que tenha sido o motivador daquilo. No dia seguinte, os veículos de imprensa começaram a dar a notícia como se aquilo fora de fato notícia. Não é. É fofoca, é lidar com a curiosidade mórbida do ser humano que se refastela na miséria humana diariamente. Divulgar aquele fato é colocar mais um peso nas costas de um moleque de 13 anos que cresceu convivendo com fantasmas que ele não pediu, que viu seu rosto pixelado diversas vezes na tv, toda vez que alguém lembrava de como a mãe fora morta pelo pai.

Ele não tem chance de errar. Ele não tem nem mesmo o direito do anonimato, leva o nome do pai e da mãe, está no futebol na mesma posição do pai.  Assim como o pêndulo da ironia e do paradoxo está no debate público sendo julgado por algo que sua idade não deveria enfrentar.

Ao contrário dos moleques com quem convive, se errar… não puxou o pai. Se for bom… puxou o pai. Se um dia, arrumar briga em campo, algo extremamente comum na sua idade, pode ter puxado o pai. Será que as pessoas que divulgaram isso, ainda que “desejando o melhor” se reponsabilizarão pelo que possa acontecer com o menino e seu psicológico?

Triste o jornalismo que covalesce e logo morrerá de vez.
Não é um lamento, é uma certeza, não há mais o que fazer.

Ouça Podcast: Fakenews! Parasitas Domésticas no Uber de Um Lugar Melhor

Voltamos alegremente para a quinta temporada do Melhor Podcast do Sul do planeta! O pior do brasileiro está de volta para discutir as incongruências tupiniquins! Essa semana, The Good Place, Uber, Fakenews e Domésticas.

Uma conta alta demais para o futuro

Desde que eu me lembro, sempre tive como meta o jornalismo. Sempre brinquei de jornalismo, fazia jornais com a mão, até que aos poucos fui publicando meus próprios jornais “de verdade” e fiz disso uma profissão. Lembro também do primeiro processo, esse a gente nunca esquece, e um me desculpem os novatos, mas jornalista de verdade tem que incomodar os poderosos a ponto deles tentarem te calar pelo dinheiro, aqui representado pelos processos.

Hoje, estou mais longe desse mundo, cuido de comunicação mas não de jornalismo, porém, ele ainda me é caro. Acompanho curioso cada movimento que esse xadrez complicado do poder dá, acompanho ainda mais de perto, por força do ofício, a tecnologia e posso afirmar para vocês, claro, dentro da ignorância de hoje, que é menor do que a de ontem e muito maior que a de amanhã:

Estamos fazendo uma conta alta demais para o futuro.

Vou explicar, calma.  No comércio, algo muito comum quando se desconfia que alguém está roubando é: deixe mais coisas à vista para serem roubadas, acompanhe, flagre, demita e ponto final, ou seja, cada vez dê mais corda para que se enforquem sozinhos.

O que estamos hoje? Temos muita corda. Caíram do céu?
Não.

Tudo que está a nossa volta tem motivos específicos, atendem a propósitos muitas vezes não republicanos, não passamos de peões em um intrínseco jogo que de fato, não jogamos. Com a tecnologia nos foi ofertada a “liberdade”. Não precisamos mais destes “abutres” da imprensa para nos dizer o que está acontecendo no mundo, basta eu me conectar ao Facebook. Nada mais será como antes, agora nós, o povo, temos poder.

É verdade. Agora, troque a palavra poder pela palavra corda.

Ganhamos muita corda e ninguém está reclamando. Junto com a corda veio também um presentinho que faz toda a diferença, e esse é dificil de explicar, assim como tudo que não querem que a gente entenda. Chama-se algoritmo.

É basicamente o seguinte:
Junte um povo que lê muito pouco (o povo do mundo inteiro), dê a ele algo muito legal, que faça você encontrar os amigos, distribua fartamente a noção de que toda a imprensa atende aos propósitos dos poderosos e não aos seus, unam-se em comunidades para protestar contra isso e acrescente o ingrediente final: o algoritmo.

O algoritmo  pode ser milhares de coisas, mas neste caso é uma programação usada em 9 a cada 10 redes sociais que faz o seguinte: mostra pra você aquilo que potencialmente você quer ver. Por exemplo, você gosta de futebol, na sua timeline irá surgir muito futebol, e quanto mais você interagir com o algoritmo “futebol” mais futebol irá aparecer, é simples, é genial.

Agora, troque “futebol” por, sei lá, PT, PSDB, Dilma, Bolsonaro, ou qualquer outro assunto polêmico. Adivinha o que irá aparecer na sua rede? Sim, aquilo que você mais gosta e interage. Vamos ao exemplo mais recente. Eleições 2014. Quantas vezes você ouviu ou leu:

– Não conheço ninguém que disse que iria votar na Dilma, como ela pode ganhar?

Agora você já sabe o motivo, nosso “amigo” algoritmo fez o trabalho de “esconder” os eleitores da Dilma de você, então, só apareceram os pimpolhos que votavam no Aécio.

Mas se assim fosse, apenas opiniões, ok, quem daria bola? Mas, amigos, temos as queridas Fake News. Sim, elas, as famigeradas notícias falsas. Elas já são mais de 50% dos links de opinião compartilhados. Fake News é antigo, usado desde sempre, mas nunca teve tanta penetração graças ao que hoje chamamos de algoritmo.

O algoritmo, aliado a fake news representa hoje, na opinião deste humilde escriba, a maior ameaça a liberdade de imprensa, liberdade de expressão e jornalismo livre que o mundo já viveu. Está cada vez mais fácil condenar a fake news e a partir daí arrumar desculpas para termos a imprensa oficial (alguém falou 1984 e o ministério da verdade?). Pensa comigo, se estamos vivendo em um mundo onde não sabemos mais o que é verdade e o que não é, que tal termos um departamento público dizendo para você em quem ou em o quê acreditar? É lógico, é seguro, e claro, os governos garantem que não irão censurar nenhum tipo de informação. O que lhe parece?

Qual é a solução? A curto prazo? Nenhuma. Isso também torna a solução de longo prazo impossível. O ser humano se adapta muito rapidamente as situações, e rapidamente vamos nos acostumar ao fim da privacidade em nome da nossa segurança. Emails hackeados pelo governo? Claro, vá em frente. Ligações monitoradas, certo, peguem os caras maus. Imprensa censurada, go! Tudo em nome da “verdade”.

Nós somos assim.

Se já não fosse ameaça suficiente temos o inimigo de sempre: o dinheiro. Sim, o dinheiro compra tudo, incluindo o veículo que ousar ir contra o status quo, incluindo o blog que publique algo “impublicável”. Mas não pense que funciona como uma transação comercial normal, não. Eles são sórdidos e agem nas sombras, ao menos até a velha e tradicional imprensa descobrir o que há de verdade no caso.

Não esqueçam, todos sempre negam em um primeiro momento até que os fatos concordam por eles. Foi assim com Nichoson e o famoso Watergate, foi assim com Collor e a Elba e mais uma centena de exemplos em que a imprensa, ninguém mais senão a imprensa livre descobriu e noticiou.

Vejamos a terra da liberdade. Um blog de reputação bastante questionável publicou um vídeo de um famoso lutador de vale tudo, aqueles vídeos, íntimos, pelados, sexo, enfim, você já entendeu. O que aconteceu, o cara processou a publicação e ganhou 200 milhões de dólares.
Ah, Ediney, você está defendendo que os jornalistas não responsabilizados por seus atos? Não, não é isso, inclusive chamei a publicação de questionável.

Mas vamos aos fatos jornalisticamente falando:
Era verdade? Sim.
Tinha interesse público envolvido? Se fosse apenas o vídeo de sexo, não. Mas o vídeo continha o que de verdade pensava aquele lutador, eram coisas racistas, misóginas e homofóbicas. Além disso, ele era embaixador da boa vontade, ou seja, a opinião dele contava e muito.

Mas, e sempre tem o “mas”, a história não acaba  aqui. Descobriu-se que na verdade, quem bancou todo o processo do lutador que enfrentava problemas financeiros era um milionário da internet, que usou o processo de terceiros para se vingar de uma nota que a publicação dera anos luz no passado sobre ele.

Não se enganem, é tudo sobre o dinheiro.

Eu até terminaria esse texto com conselhos sobre ler a matéria, conferir a fonte, ver a credibilidade do jornalista e investigar, mas definitivamente, quem precisa destes conselhos não chegará até este parágrafo, afinal, como eu disse no começo deste artigo, as pessoas não leem e o algoritmo não deixará que isso se espalhe. Prepare seus filhos, eles pagarão essa conta no futuro, bem próximo.

O jornalismo que sonhei, que vivi, que vejo

movahedian20130127082954687Os incautos que aqui me seguem, ou que ao menos leram o “Sobre” sabem que sou jornalista. Me formei em jornalismo em 2003, meu pai sempre trabalhou com comunicação, me inspirava em figuras jornalísticas populares da minha época como Roberto Cabrini e um jornalista totalmente popular chamado Ney Inácio. Como a maioria dos estudantes desta área, fato reforçado depois da queda do diploma, pensava em mudar o mundo, denunciar as mazelas, e blá, blá, blá, e assim como essa mesma maioria, me enganei.

Hoje sou um empreendedor sofredor e acompanho o jornalismo com curiosidade saudosista. Não mudei o mundo, arrumei um ou outro processo de alvos de antigas reportagens e foi só. Vendo que não iriam permitir que o mundo fosse mudado pelas minhas letras em grandes veículos, criei o meu próprio jornal e então descobri que contas precisavam ser pagas, o jornalismo começou a se misturar com as finanças e diante deste perigoso mundo, desisti do hardnews e me aventurei no mundo do entretenimento de serviço, lindo, contava com um editor sensacional, cito Sérgio Ludtke, bancava matérias mesmo que essas ferissem o ego de anunciantes, um dia ele saiu, essa premissa saiu com ele, pouco depois saí também e assim findou-se, por enquanto talvez, minha carreira jornalística.

Como expectador, tenho acompanhando horrorizado o que acontece com o jornalismo, que graças as redes sociais se perde em um leilão alucinado em busca de likes e shares. Mas vocês me dirão:

– Mas Ediney, sempre foi assim, as redes sociais só trouxeram isso à tona.

Talvez seja verdade, mas atualmente além de vir à tona, piorou, a busca pelo sucesso midiático tem pautado as redações e o pior, construído manchetes. Vamos a um exemplo:
Na semana passada o STF decidiu que as operadoras de telefonia não podem ser obrigadas por lei estadual a instalar bloqueadores de celular em presídios. Um lead absolutamente simples que se tornou:

– STF proíbe bloqueadores de celular em presídios
– STF decide que lei de bloqueadores de celular são inconstitucionais.

e por aí vai…

A questão é: o internauta de rede social, em sua grande maioria, lê manchete, comenta manchete, compartilha manchete, a partir desta premissa não importa que no “corpo da matéria” estejam esmiuçados os poréns, as pessoas simplesmente não irão ler. Bom, temos os jornais impressos e destes as pessoas até podem ser salvas pelo texto todo, mas aí, do seu lado, aí mesmo… quantos estão neste momento com um jornal impresso em mãos? O número de páginas físicas dos jornais diminui a cada mês, você acha que o motivo são as pessoas lerem cada vez mais?

Mais um rápido caso, se você chegou até aqui é guerreiro do povo brasileiro e merece.

Manchete dos jornais e principais portais do país:

– Ronaldo diz que solução para o Brasil é cuspir em adversários.

Entendendo o fato:

Ronaldo (que alías é péssimo comentarista – minha opinião, meu blog) comentando o empate da seleção com o Iraque, disse que faltava o jogador raçudo, que dá carrinho, que grite, que cuspa… e foi isso! Você pode achar o comentário do cidadão horrível, sim! Mas você pode distorcer o que ele falou? Não.

O resultado:

Milhares de pessoas xingando o pobre Ronaldo sem ter a devida contextualização do fato.

Há alguma esperança no front, o Nexo, por enquanto se apresenta como um demonstrador puro de notícias, do tipo isso acontece por conta disso, por outro lado, são cada vez mais populares conteúdos como o do Antagonista, que fazem muito bem o que se propõe, apresentar o seu olhar sobre um fato em nada mais que algumas palavras, estes entenderam que se lê cada vez menos e se opina cada vez mais.

O futuro a Deus, a sua crença ou a sua descrença, pertence, mas que ele se apresenta totalmente nebuloso, com um cheirinho de ministério da verdade, ah, isso se apresenta.

É chato, mas fazer o quê?

Dizem que os tempos modernos exigem mais do intelecto das pessoas, cada vez mais trabalhamos com a mente e menos com os braços. Dentro deste contexto, estar antenado com o que acontece no dia a dia torna-se tão primordial quanto o café da manhã ou o almoço. Mas qual é o limite?

Eu, por exemplo, diariamente ouço 9 horas de rádio de notícias enquanto trabalho, leio um jornal impresso, visito 6 sites de notícias, devo ler umas 20 matérias, leio duas revistas semanais e no mínimo um livro por mês, você acha isso muito ou pouco? Para muitos é exagero, para outros é muito pouco, conheço pessoas que consomem pelo menos o dobro disso, e aí a pergunta continua, qual é o limite?

Quando se habitua a ler e ouvir notícias, as coisas acabam se repetindo e você acaba sendo um vidente da opinião alheia. Sei antecipar tranquilamente qual é a opinião de Airton Cordeiro, Alvaro Borba, Fábio Campana e tantos outros. As notícias se repetem e apesar disso lembro nitidamente do dia que o avião da TAM caiu (ou não parou) em Congonhas.

Eu estava online até às 18h10, estava acompanhando sites de notícias até às 18h10. Fechei o computador e a redação, fui até o meu carro e me encaminhei para casa. Enfrentando o trânsito, fiz a música do cd de companhia, afinal, ninguém é de ferro. Cheguei em casa às 18h45, comi alguma coisa e sentei “a la” Homer Simpson na frente da tv para acompanhar uma besteira qualquer, quando o telefone toca me perguntando o que eu tinha achado do avião que caiu em Congonhas, seria culpa do caos aéreo? E a minha pergunta foi: “que avião?” E a resposta: “credo, está desinformado para um jornalista né?”

Foram menos de 40 minutos “desligado” e eu perdi algo tão importante que até hoje lembro e me motivei a escrever para vocês. Não consigo mais ouvir coisas sobre o Demóstenes, o estádio com dinheiro público, A Fazenda ou o Carrossel, é chato, mas fazer o quê? Ou se sabe, ou se faz papel de desinformado. Amaldiçoo até hoje aquele cd de músicas.

Com o tempo você acaba convivendo com a repetição esperando a novidade. Agora mesmo, pensei seriamente em desligar a CBN para ouvir qualquer coisa que poluísse meu cérebro com algo em que ele não fosse necessário, mas a culpa não me deixou fazê-lo.

Já diria o Leão da Montanha: “ó vida, ó céus!”

EM TEMPO: “Segundo o amigo jornalista Tramujas Junior, a frase se refere a  dupla Lipe e Hardy, “Leão da Montanha” dizia “Saída pela direita”. 

Ainda somos Colônia…

Algumas vezes o jornalismo, ou melhor, o modo como ele é feito nos decepciona, e foi um sentimento desses que me flagrei sentindo no último domingo, quando assisti ao enlatado que o Domingo Espetacular, genérico da Record para o Fantástico exibiu, inclusive, o produto era tão enlatado que tiveram inclusive que mostrar imagens do próprio Fantástico com o Zeca Camargo e com a Patricia Poeta entrevistando a vó do garoto. A propósito, o enlatado era sobre o caso Sean, aquele que o pai buscava na justiça a guarda do filho.

Não estou criticando o fato do documentário ser extremamente parcial a favor do pai, não estou questionando o fato da Record ter se resumido a exibi-lo, não estou falando sobre ao contrário do que diz o bom jornalismo “ouvir o outro lado”, mas sim o fato de novamente termos mostrado quão provincianos somos. Apelamos para materiais prontos e engolimos a versão americana como a correta.

Essa não é a primeira vez que isso acontece, temos dois exemplos recentes na aviação, o piloto que nos mostrou o dedo do meio quando o Brasil colocou em prática a reciprocidade de identificação nos aeroportos. E o terrível caso do voo da Gol, que foi literalmente tirado do ar por dois pilotos irresponsáveis, que irresponsavelmente desligaram um aparelho obrigatório, e foram tratados como heróis no país mãe.

Somos apenas um pequeno condado da América do Norte, em muitas áreas ainda não conseguimos nossa independência, apenas mudamos nossa sede. No caso do jornalismo a situação ainda tende a piorar com a queda da obrigatoriedade do diploma. Quem viver…verá.

#lutopelohaiti

Vejam se concordam…

Para começar 2010, votos de um ano de grande sucesso para todos.  Queridos poucos leitores, a este post do blog do brilhante jornalista Fábio Pannuzio, fiz o comentário a seguir, por favor leiam primeiro o que o Pannuzio escreveu, após meu comentário, e como diz o título, vejam se concordam….

Olha Fábio, concordo com a sua repúdia  em relação a estes comentários, agora vamos TODOS devagar com o “andor”.
São hipócritas, incluindo eu e vc, aqueles que negam que em sua intimidade fizeram comentários totalmente “imbecis” e totalmente “contrários” com aquilo que realmente pensam. Bóris falou porcaria e seja em que contexto tenha sido não deveria ter ido ao ar, mas quem tem tantos anos de jornalismos deveria ter se acostumado a tal.
Então, na minha humilde opínião estão errados Bóris pelo que falou, o editor de som da tv pelo que não cortou, você por defender o indefensável, e evidentemente os “ignorantes (para mantermo-nos nos termos mais civilizados)” que colocaram comentários racistas, facistas ou nazistas e preconceituosos em relação a este fato.
Não gosto,(novamente apelo para a contenda de minha humilde opinião), quando você critica os editores que liberaram tais comentários, justamente vindo de uma pessoa que sofre com a censura como você?! Quer dizer que pode ir ao ar aquilo que você acha correto? Enfatizo novamente a minha repúdia quanto ao que foi dito, agora, censurar um editor que não censurou se vale do exagero e se utiliza das mesmas ferramentas de censura que tanto critica.
Reiterando minha admiração por seu trabalho! Agradeço.

Para driblar censura, blogueiros apostam na troca de informações

O jornalista Fábio Pannunzio, cujo blog está impedido judicialmente de publicar informações sobre a esposa do suposto chefe de uma quadrilha internacional, que fraudava concessão de vistos para trabalho temporários nos EUA, propôs troca de informações com blogueiros para driblar a censura.

A intenção do jornalista, repórter de política da Band, é permutar informações com páginas que também tenham restrições quanto à publicação, para que dados continuem sendo divulgados.

Por decisão da 2ª Vara Cível de Curitiba (PR), Pannunzio está proibido de citar o nome da esposa de Alexandre Fernandes, preso na última segunda-feira (7) por meio da “Operação Anarquia”. Na ação, foram detidas 11 pessoas em quatro estados do país, suspeitas de formação de quadrilha e estelionato. A autora da ação contra o repórter está foragida da Justiça e teria participado do início do esquema na República Dominicana.

A determinação judicial prevê multa diária no valor de R$ 500 em caso de descumprimento. Em sua página na internet, o jornalista ressalta que, ao criar o blog, a intenção era se abster de restrições às informações publicadas.

“Não quero que nenhum tipo de conveniência crie amarras para o conteúdo aqui veiculado. Portanto, estou sendo obrigado a retirar momentaneamente do ar as matérias sobre a quadrilha internacional desbaratada pela Interpol que eu venho denunciando há nove meses. A multa de R$ 500 seria mortal para mim, que tenho que arcar com todos os custos — eles incluem os salários de dois repórteres, além do tempo que eu despendo produzindo conteúdos editoriais”, escreveu Pannunzio.

A proposta do jornalista é endereçada ao blog de Alcinéia Cavalcanti, impedido de publicar informações após ação do senador José Sarney (PMDB-AP) e aos matogrossenses Adriana Vandoni, autora da página “Prosa e Política”, e Enock Cavalcanti, do blog “Página do E”. Os dois últimos, por decisão do juiz da 13ª Vara Cível do MT, estão proibidos de citar o nome do deputado José Geraldo Riva (PP), alvo de 92 ações no Ministério Público.

“Como as decisões dizem respeito ao que é veiculado em cada um de nossos sites, a veiculação do mesmo material em outro local -pelo menos no meu caso – não poderia ser entendida como desobediência. Penso que poderíamos ceder uns aos outros espaços para publicação do material que nós mesmos não podemos fazer, mas que os outros podem”, postou o jornalista.

Segundo apurou o Portal Imprensa, até o momento Alcinéia Cavalcanti e Enock Cavalcanti não se manifestaram sobre a possível troca de informações em seus blogs. Já Adriana Vandoni decidiu aceitar o pedido feito pelo repórter da Band.

“Hoje Pannunzio fez uma proposta em seu blog: a permuta da censura. Ele não pode falar da moça, mas eu posso. Eu não posso falar do Riva, mas ele pode. Permuta aceita”, postou.

Fonte: Portal Imprensa Online – 14/12/2009

Esclarecimentos são necessários, ou melhor, primordiais

Outro dia, escrevi em meu Twitter que juízes deveriam, tal quais técnicos de futebol, a dar entrevistas coletivas explicando suas decisões. Já me cansei de ter que em uma edição de jornal contar que fulano fez isso e aquilo e no dia seguinte noticiar que a justiça mandou liberar o cidadão porque não havia provas disso, eu menti? A polícia mentiu? As testemunhas mentiram?

Vejamos o caso do “Habibinho” aquele que a imprensa fala o nome (que nesse caso não tem a menor importância) aliado com o adjetivo “filho de um diretor da Assembléia”. Ele foi preso em flagrante por se envolver em um acidente que resultou na morte de quatro pessoas, ter se negado a fazer o exame de bafômetro e segundo a polícia estar visivelmente com sinais de embriaguez.

Quatro dias depois a polícia mandou soltá-lo, ué a autoridade policial mentiu? Em seu despacho o juiz disse que as testemunhas tinham opiniões dissonantes (ou seja, diferentes) que os tais sinais de embriaguez poderiam ter sido causados pelo air bag de seu Pajero que protege a vida mas causa deformidades no rosto, e que o empresário não fugiu do local, por tanto, presume-se que tudo não passou de um terrível acidente.

Não estou aqui contestando a culpa ou não do rapaz, acidentes acontecem e poderia ter sido com qualquer um de nós, agora… temos um policial, temos testemunhas e nada disso valeu nada? Tudo o que foi noticiado não passou de um grande mal entendido?

juízes deveriam sim dar esclarecimentos a sociedade sob seus atos, porque em situações como esta alguém vai sair com a reputação manchada: ou a imprensa por noticiar e propagar inverdades ou o poder judiciário por liberar pessoas de culpa baseados em presunção pessoal.

Nas duas situações, a sociedade é a grande derrotada!

Blog de repórter da Band é censurado pela Justiça do PR

A 2ª Vara Cível de Curitiba (PR) proibiu o jornalista Fábio Pannunzio de citar em seu blog o nome de uma brasileira de 22 anos, esposa do homem apontado como o líder de uma quadrilha deflagrada na última segunda-feira (7).

Segundo investigações do Ministério Público, o grupo fraudava o sistema de concessão de vistos para trabalho temporário nos EUA desde 2002.

Em sua página na internet, o jornalista ressalta que as informações sobre as supostas fraudes eram noticiadas desde o dia 16 de abril deste ano. Na segunda-feira, por meio da “Operação Anarquia”, foram presas 11 pessoas em quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Entre os envolvidos, indiciados por formação de quadrilha e estelionato, está Alexandre Fernandes, esposo da mulher que moveu ação contra Pannunzio.

Segundo informou o jornal O Globo, nos últimos sete anos cerca de 4,5 mil pessoas foram vítimas do esquema. O grupo cobrava até R$ 15 mil por pessoa e prometia emprego nos EUA. Assim que as vítimas chegavam em território norte-americano, descobriam que as vagas eram inexistentes.

De acordo com Pannunzio, que atua como repórter de política da Band, o “interesse” do blog no caso foi despertado quando se detectou a presença da jovem brasileira na chamada Dispersão Vermelha, lista das pessoas procuradas pela Interpol. A autora da ação teria atuação na formação do esquema, iniciado na República Dominicana e está foragida da Justiça.

“O Blog fez a denúncia embasada em farta documentação obtida junto às autoridades dominicanas. As matérias foram veiculadas a bem do interesse público. A prisão da quadrilha só faz reforçar nossa convicção na necessidade de dar divulgação aos crimes, que continuavam sendo perpetrados principalmente no Paraná”, postou o jornalista.

Em seguida, no post abaixo, o jornalista informa que “respeitando a ordem judicial (…) o blog espera não ser punido por ter prestado um serviço sobre cuja relevância não há a menor dúvida”.

“Não há um retoque a fazer no que foi noticiado. A partir de agora, aguardamos ansiosamente a derrubada da liminar que nos censurou para dar curso à cobertura da atuação dessa organização criminosa”

Fonte: Portal Imprensa Online – 09/12/2009

Zero Hora oferece conteúdo também no Kindle

Em sua edição desta quarta-feira, 9, Zero Hora anuncia a partir de agora o conteúdo do jornal também pode ser acessado de qualquer lugar por meio do Kindle, aparelho para leitura de textos eletrônicos.

Depois de O Globo, é o segundo veículo impresso da América do Sul a ter versão neste equipamento. O Kindle é um e-reader (leitor eletrônico) desenvolvido pela empresa americana Amazon que permite ler livros, jornais, documentos em PDF e ouvir música em formato mp3. O aparelho é fino (menos de um centímetro de espessura), como uma revista.

O diretor-geral de Produto do Grupo RBS, Marcelo Rech, disse que a leitura eletrônica começa a se difundir e a mudar hábitos. “Ao ser acessada também pelo Kindle, ZH consolida mais um passo para estar sempre disponível para seus leitores, na plataforma que for mais conveniente para eles”, disse o executivo. O aparelho permite adquirir e baixar livros, uma vez que ele tem memória para armazenar mais de 1,5 mil e-books. No caso de ZH, há duas possibilidades de o leitor acessar as edições, por assinatura mensal ou compra avulsa. O valor é de US$ 15,99 (cerca de R$ 27,50) por mês, e US$ 0,99 (R$ 1,70) a edição individual.

O novo serviço oferece ao leitor mobilidade e mais acesso à informação, em qualquer horário e local. O jornal será atualizado diariamente no aparelho às 6h, com exceção da edição dominical, que poderá ser lida a partir das 18h de sábado. A transferência dos dados para o Kindle é feita em aproximadamente um minuto, dependendo da conexão disponível. Pessoas que têm o aparelho em qualquer parte do mundo poderão assinar Zero Hora por meio da loja virtual Amazon.com. Estarão disponíveis todos os cadernos fixos, inclusive os de bairros, com exceção dos classificados.

O conteúdo apresentado é um diferente do jornal impresso, e as notícias aparecem em listas, umas abaixo das outras. Devido a limitações tecnológicas atuais do Kindle, apenas a foto principal de cada edição aparecerá, e assim mesmo em preto e branco. Tabelas e gráficos não podem ser visualizados.

Fonte: Coletiva.net – 09/12/2009

Assembleia Legislativa do PR lança Frente Parlamentar em Defesa do Diploma

Com o objetivo de desenvolver ações que mostrem a posição contrária do Paraná à decisão do STF, que decidiu pela não exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, a Assembleia Legislativa do Paraná lança Frente Parlamentar em Defesa do Diploma para Jornalistas.

O presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, esteve nesta segunda-feira (07/12) na Assembleia para acompanhar e falar da iniciativa.

“A regulamentação da profissão de jornalista existe há 70 anos e há mais de 40 anos foram criados os cursos de Jornalismo. Infelizmente sofremos um revés que significa um retrocesso”, disse ele.

O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), declarou apoio da Casa à luta pelo diploma. “Embora essa discussão seja de responsabilidade de órgãos federais, oferecemos nosso apoio integral. Sabemos da importância do direito da sociedade de receber informação apurada por profissionais com formação, e capacitados para exercer o Jornalismo”.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor), Márcio de Oliveira Rodrigues, explicou que a Frente Parlamentar vai procurar apoio de deputados e realizar audiências públicas para ouvir especialistas favoráveis e contrários à regulamentação da profissão.

Duas Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) tramitam na Câmara e Senado restabelecendo a obrigatoriedade do diploma de jornalista. Elas foram aprovadas pelas Comissões de Constituição e Justiça dos dois órgãos e agora serão votadas em plenário.

As informações são da Assembleia Legislativa do Paraná.

O que a corrupção e o gol de mão tem em comum?

Separei alguns minutos do meu dia para dividir com vocês minha opinião sobre um tema que anda permeando as discussões futebolísticas: o gol de mão de Wellington do Paraná contra o Ceará.

Acompanhei atento a todos os comentários referentes ao caso, e só não me decepcionei lendo a coluna do Mafuz no Paraná online. Começou no sábado, dia do jogo, em que o jornalista a quem refutava grande seriedade, Cristian Toledo, disse que o Paraná “não tem nada com isso, e queria ver se o juiz seria homem em não cometer dois erros no mesmo jogo…que o Ceará é quem deveria ser punido pelas agressões…” Na segunda, o festival de populismo paranista se proliferou:

Na CBN, tanto Luiz Augusto Xavier, quanto o seu comentarista Paulo César alardeavam que seria um absurdo o jogador ser punido porque se o fosse na hora do jogo levaria no máximo um cartão amarelo. E assim tantos outros comentaristas afirmando que o “time não tem nada com isso”, que o tribunal não pode punir o jogador, etc, etc, etc.

Peço licença a esses ícones da comunicação do estado e humildemente discordar de todos eles. SIM, Wellington deve ser punido SIM! Não porque seja mau caráter ou algo disso, não, mas sim porque ganhou na MALANDRAGEM, na MÃO GRANDE, em uma atitude claramente antidesportista.

Espero não ter o desprazer de ouvir esses mesmos jornalistas reclamando da corrupção no senado, da bandalheira pública ou até mesmo censurando a batida proposital de Piquet, tudo isso nada mais é do que MALANDRAGEM, a mesma malandragem agora defendida por eles.

O futebol para o povo brasileiro é a coisa mais importante das menos importantes, e como tal deve servir de exemplo para todos, as atitudes escandalosamente antiéticas tem que ser punidas e com rigor a título de perdermos o real significado do jogo que é o jogo.

Por fim, sugiro que parem de creditar “as coisas do futebol” essa conta da corrupção. Que atos como o de Wellington, como a do Marcio Azevedo do Atlético que antes de ser substituído se jogou ao chão simulando uma contusão ou até mesmo de Rivaldo que na copa do mundo recebeu uma bolada na perna e levou as mãos ao rosto sejam,SEVERAMENTE PUNIDAS para que tenhamos um esporte limpo e que ele seja um espelho para a sociedade sendo o esporte que tanto ama.[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=A9l7kw-nGOM]

Sindicato diz que jornal do Paraná pode fechar por ‘chantagem’ da direção

Comunique-se – 07/08/2009

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná divulga nota oficial em que afirma que Paulo Pimentel, dono do grupo responsável pelos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, está disposto a fechar um dos diários.

Segundo o Sindijor-PR, o Grupo Paulo Pimentel (GPP) marcou uma reunião com a entidade para discutir soluções para o caso, mas a empresa não chegou a nenhum acordo e, na mesma reunião, o empresário Paulo Pimentel teria dito que fecharia um dos jornais por dificuldades financeiras.

“Depois que afirmou que fecharia o jornal, a empresa avisou aos jornalistas que, caso a ação não fosse retirada, fecharia um dos jornais. Mas isso eles não disseram para o sindicato”, afirmou Aniela Almeida, diretora financeira do Sindijor-PR. De acordo com Aniela, depois que souberam da declaração da empresa, a entidade procurou Pimentel, que confirmou que a ação deveria ser retirada para que o jornal continuasse existindo.

Ação está em fase inicial

O sindicato alega e contesta que a ação nunca prejudicaria a empresa nesse sentido. “O processo está em fase inicial de tramitação, sem sequer ter havido a audiência de instrução ou muito menos uma sentença de primeira instância. Trata-se de um caso pior que um simples assédio moral. Beira a chantagem, a extorsão mesmo”, afirmou Fernando César Oliveira, diretor do Sindijor-PR.

Aniela afirmou que a entidade está disposta a negociar. “Se a empresa não estiver em condições, vamos nos entender, podemos negociar. Estamos abertos para isso, mas o Paulo Pimentel não se mostrou disposto a negociar conosco”.

O sindicato alega também que empresa cometia assédio moral, por falta e limitação de recursos para reportagens, como “ausência de telefones para fazer ligações para fora da Região Metropolitana de Curitiba, ausência de carros para levar os repórteres para coberturas corriqueiras, demissão dos funcionários mais antigos e transformação dos colunistas em pessoas jurídicas, entre outros despautérios”, diz a nota do sindicato, que denunciou o caso ao Ministério do Trabalho.

Grupo nega acusações

De acordo com Pimentel, as acusações do sindicato não passam de um “blefe”. “A notícia do sindicato não procede. Os nossos funcionários não concordam com a ação movida pelo sindicato. E não temos expectativa de fechar o jornal, essa história é um blefe”, afirmou.

Apesar de negar que fecharia um dos jornais, Pimentel informou que o grupo estuda a possibilidade de fundir os dois jornais. “Não é fechar, seria uma fusão, sem nenhuma relação com a ação trabalhista do sindicato, nada condicionado. Mas isso é uma coisa que ainda estamos estudando”, declarou.