Importa para onde estamos indo?

Eu sei, parece uma pergunta tola. Mas ela importa. Assim, como também deveria importar a pergunta desse texto. Importa para onde estamos indo? Parece que não importa não. Perdemos totalmente a a visão do todo, só vamos, tipo manada, comprovando todos os dias as mais velhas pegadinhas em que um segue o outro sem saber o motivo, assim somos nós, humanidade atualmente. Estamos sempre esperando um milagre.

Sabemos, já sabemos, ninguém mais precisa estudar ou precisa de mais tempo para comprovar que estamos destruindo o planeta, mas o que fazemos a esse respeito. Só vamos. Desfazemos acordos, criticamos quem critica essa ruptura, caminhamos para a extinção do planeta, mas seguimos indo.

Estamos cansados de saber em que tipo de políticos devemos ou não confiar, em que tipo de discurso devemos ou não confiar, quão perigosas são as arbitrariedades, mas ainda assim, clamamos por elas. Buscamos por elas, estamos apenas indo.

Estamos fartos em ouvir sobre fake news, sobre os perigos dela para a vida de pessoas comuns como eu e você e sobre a vida de toda uma nação, mas, desde que nos interesse, seguimos compartilhando fake news como se não houvesse amanhã, como se não houvesse consequências, apenas seguimos.

Recentemente passamos por muitas provas, derrubamos uma presidente, veio o vice e nos calamos sobre a corrupção dele, como se ela fosse menor que a de sua antecessora, dizemos, talvez para nos sentirmos bem conosco mesmo que também somos contra ele, mas nada, absolutamente nada fizemos a esse respeito. Quando os preços dos combustíveis começaram a disparar, nada fizemos, somente reclamamos em redes sociais. Quando uma greve dos caminhoneiros veio, apoiamos como se houvéssemos encontrado a tábua de salvação. Bastou acabar a gasolina (ou a chicória) acabar que com ela foi o nosso apoio.

Agora, de verdade, importa para onde estamos indo?

Deveria. Mas lá no fundo do nosso coração, não importa não. Queremos apenas ficarmos quietinhos em nossa zona de conforto, queremos ter um trabalhinho que nos dê uma salário no final do mês e uma leve esperança de melhora um dia, quem sabe, na vida. Queremos também que nossa opinião valha sobre todas as outras, pois, provavelmente sabemos muito mais que outros, temos a resposta e o histórico para todos as questões do mundo.

Na verdade, e de verdade, só importa para onde estamos indo se estivermos indo para onde achamos que é o caminho certo. E esse é o fim, ou ao menos é o começo dele. Na onde de # vale algumas para nossa reflexão:

#somostodoshipocritas
#somostodosegoistas
#somostodosgenios
#somostodosapenasnós

A ignorância é uma dádiva que perdi

Perdi a fé no ser humano. Simples assim. Agora acredito em frases como “a ignorância é uma dádiva”! O ser humano não merece o crédito que damos a ele.  Sempre acreditei que havia no mundo mais pessoas boas do que más, ainda acredito, mas até mesmo esta crença começa a ser abalada.

Mortes, estupros , assassinatos, mãe sendo morta pela filha, mães abandonando filhas. Drogas, roubos, motivos para perder a crença não faltam, e estes exemplos, dirão os poucos leitores que me dão a honra da audiência são casos isolados, um em um milhão, concordo! Mas não foram somente estes os motivos que me levaram a perder a fé na humanidade e sim o egoísmo de nós mesmos.

Pequenos atos mostram como agiríamos durante nossa vida. Não dar lugar para os mais velhos, agredir física ou verbalmente pessoas se valendo do tamanho ou da carteira. Achar que você tem mais direito aquela mesa do restaurante colocando sua mala em cima enquanto outras pessoas já com a bandeja na mão procuram onde se sentar.

O ser humano não merece mais o crédito de confiança porque é mau de nascença. Queremos levar vantagem e essa é a regra e não a exceção. Na internet, nos jornais, na TV, multiplicam-se os casos de intolerância social, racial… Cada vez que roubamos uma caneta, que aferimos vantagens indevidas somos tão corruptos quanto aqueles que tanto criticamos.

Somos mau e ponto. Desde cedo somos incentivados a competir e  não incentivamos a divisão. Passamos passivamente por centenas de pessoas pobres, sujas, viciadas, crianças com doença e nossa atitude se resume a critica ao poder constituído. Não podemos salvar o mundo sozinhos? Não! Mas nem ao menos fazemos a nossa parte.

Somos mau e nos identificamos com a maldade por isso elegemos tantos políticos corruptos, eles são nosso espelho, eles efetivamente representam o que pensamos de mundo. Nossa tábua de salvação se dá no dizimo de domingo, na esmola no sinaleiro, na doação espontânea que fazemos quando ficamos compadecidos com alguma situação.Achamos bonito, nobre, algumas vezes até choramos com os programas assistencialistas que mudam a vida das pessoas, mas quando fazemos a nossa parte?

Conheço pessoas que fogem a esta regra, conheço pessoas que “adotam” outros seres humanos por ainda crerem na humanidade, não lhes dão dinheiro, lhes dão uma chance de vida; pessoas que apostam nas pessoas lhes dando trabalho, pagando sua faculdade, bancando seu material escolar.

Conheço pessoas que sim, se diferem deste cenário horroroso que desenhei aqui, mas infelizmente elas são a exceção e não a regra. Podemos mudar? Não creio. Ainda acho que podemos fazer a nossa parte mesmo quando todos nos olhem com aquele olhar que diz: “como você é otário”.´Sonho no dia em que eu talvez recupere a minha fé nas pessoas…

Porém, hoje, o que vejo é a lei do mais forte imperando, a inveja, a arrogância e a ganância fazendo seu reinado, e infelizmente… nada mais!

A triste insanidade humana

Onde está a gentileza? Por que as pessoas não aprendem mais com suas mães a dar lugar para os idosos, ajudar cegos a atravessar a rua, carregar sacolas, fazer benesses? O que mudou? Por que e desde quando nos tornarmos extremamente individualistas? Quando o dinheiro passou a ser o senhor de nossas vidas?

Diariamente abrimos os jornais e damos de cara com crimes bárbaros motivados por trocados sujos, corrupção sustentada no sofrimento dos oprimidos, mentiras, traições, barganhas, vergonha!

Há um velho vídeo “susncreen” que foi traduzido para o Brasil por Pedro Bial, o vídeo é lindo, trás uma mensagem belíssima e diz que algumas verdades são imutáveis, como aquelas de que sempre acreditaremos que no passado os políticos eram honestos, os preços justos e os jovens respeitavam os idosos.  Não vivi este tempo.

No meu tempo, Sarney era presidente, então, jamais alimentei falsas esperanças com relação à política. Quando eu era criança estava acontecendo o racionamento, haviam os fiscais do Sarney e a inflação era galopante, portanto, jamais tive ilusões quanto ao preço das coisas. Quanto aos mais jovens respeitar os idosos…eu respeitava. Lembro que minha mãe costumava apenas me dar um olhar certeiro ao menor sinal de falta de educação, mas esta também não era verdade absoluta entre meus amigos.

Ainda falando sobre minha mãe, ela me deu um ensinamento que jamais esqueci e que tirou de várias encrencas, diz ela que o desprezo valia mais que um tapa no rosto. Ela tem razão. Nunca briguei fisicamente com ninguém, mas já fiz várias pessoas repensarem seus atos frente ao meu desprezo.

É claro que errei, quem não erra, mas jamais dei tanta importância aos erros que me fizessem desistir de tentar, tentar e tentar novamente. Sempre tive consciência que há milhares de pessoas piores e melhores que eu, mas que isso em si não implica nem sucesso e nem fracasso algum. Procurei ser fiel aos amigos e da mesma forma esperei a reciprocidade, muitas vezes ela não veio, mas não é um negócio, deve ser um prazer.

Por fim, termino este devaneio lamentando a sociedade em que vivemos, de luto junto com a família Maeda que perdeu a família de maneira estúpida, assassinada por gente, que não teve a sorte de ter ensinamentos como eu tive e tão pouco vontade de tê-los por si só. Termino este texto chorando junto as “mães do crack” tão bem retratadas na revista Veja desta semana, termino, sinceramente, ainda crente que um dia velhos hábitos voltarão e quem sabe, a partir daí, a insanidade humana, a bestialidade a que estamos submetidos sejam suprimidas pela atenção, compreensão, perdão! Quem sabe!?  Sonhar ainda não é proibido, ou é?!

No programa de rádio que fazia parte junto com outros colegas, quando expressava esse tipo de opinião o elenco costumava gritar: “Acorda Ediney!”, agora respondo: “não, não quero acordar!”

Relembre o vídeo!

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