O museu do amanhã

Fazia frio na Ilha de Manhattan. Era uma manhã qualquer do inverno em uma área abandonada desde a grande bomba. Não havia qualquer indício de vida, mas todos sabiam que o simples fato de estar ali era motivo de prisão sem direito a fiança.

Jane adorava aquele local, lembrava de um tempo em que a cidade era viva, que havia esperança até o dia que a bomba caiu e destruiu tudo. O engraçado é que o “destruiu” tudo é metafórico, a única coisa de fato destruída era a unidade de enriquecimento de urânio escondida, sob o olhar de todos no centro de NY.

Alguém errou alguma coisa, Jane tinha certeza disso, mas o governo afirmava que era uma agressão Russa. Nunca se saberia a verdade, mas a guerra era inevitável, aconteceu, destruiu todo o pais, menos a Ilha de Manhattan, que apesar de estar com os prédios intactos, não poderia ser habitada, afinal a radiação era muito grande.

Há 42 anos a grande bomba tinha caído, Jane, agora com exatos 42 anos pensou que não havia muito a perder estando ali. A vida era péssima, a mãe havia morrido durante seu parto, Jane era orfã, e ser orfã em condições normais já era difícil, naquela, era uma provação. Em dia de março, Jane perambulava pelas ruas, sem rumo, como todos os dias, aliás, e viu atrás de uma grande mata um cano, entrou, não tinha o que perder.

Na outra ponta, uma cerca arrombada denunciando a presença de outras pessoas e uma cidade inteira, sem marcas de explosão, sem corpos pelo chão, apenas “deixados”, prédios, apartamentos, casas, tudo intacto, era um verdadeiro parque de diversões para Jane. Ela sabia, havia radiação ali, se alguém a visse no local, ela seria banida para sempre.

No começo, apenas curiosidade. Encontrou uma Wallgreens com produtos, vencidos, mas que ela nunca tinha visto antes. Comeu, não passou mal. Talvez uma dor de barriga, mas nada além, aquilo trouxe confiança. Iguais aquele local, uma infinidade, de outras marcas também. Se perguntava quanto tempo mais iria ficar viva, afinal, todos sabiam, pisou em Manhattan, morto está.

Um ano se passou e Jane começou a pensar que talvez não morresse, que talvez o governo estivesse mentindo sobre o local. Não sabia, mas tudo aquilo era bom demais para ser só dela. Mas era. Seu local preferido era a biblioteca, lá havia histórias e conhecimento ilimitado ela aprendia e se perguntava: por quê?

Um dia, olhando nas gavetas abandonadas, encontrou um diário, nem conhecia o termo, mas sabia que ali estava um relato do dia a dia. A vida de uma pessoa que vivia aquela época, lia aquelas páginas com afínco, desde que encontrara seu paraíso sua leitura havia melhorado e muito, então, conseguia ler perto de um livro por semana, sem dificuldade, rápido, de repente a velocidade diminuiu e ela ficou presa em uma frase:

“Human Off Project”

Continua…

Julius Stranger: o dono do mundo – 2t Ep4

O plano era simples:

Tentaria enviar para si mesmo no passado um pedido: guardar um dólar em um cofre de um banco. Simplesmente isso. Em suas contas, isso não mudaria nada, mas, ele sabia, algo seria mudada, ele só ainda não detectara essa mudança, afinal, esse cofre deixaria de pertencer a alguém, deixaria de guardar algo.

Havia também o risco de sua versão no passado simplesmente pensar estar louco, então, uma linha de pensamentos e ideias significativas iria se perder, então o reflexo temporal transverso poderia se apresentar de maneiras que não poderiam ser previstas. Simplesmente tudo, a partir do momento do envio da mensagem poderia deixar de existir, sumir, melhorar ou piorar.

Era arriscado, talvez arriscado demais, mas também era, não fazer nada. Não tinha mais dúvidas. A simplicidade do plano era sua fortaleza, conhecia a si mesmo razoavelmente bem para saber que a chance de enlouquecer era pequena.

Começaram os preparativos.

Funcionava de maneira pouco ortodoxa, afinal, iria mandar a mensagem para o universo, qualquer pessoa com a mesma frequencia poderia acessar a mensagem, por isso, a ideia do dólar, ela basicamente não conseguiria mudanças drásticas, ainda que outras fontes pudessem captar a mensagem. Já tinha descoberto há muito tempo que o universo e seus acontecimentos de tempo e espaço estavam interligados. Basicamente, tudo que já aconteceu, ou que ainda acontecerá são vibrações constantes que, decodificadas da maneira correta se transformariam em imagens entendíveis aos olhos humanos.

Entendendo que o tempo não obedecia à ordem cronológica preconizada pelo humano, quando a mensagem do dólar fosse jogada para o universo, se misturaria com as outras infinitas, então, o plano consistia em enviar e deixar que ela fique disponível sempre, o Julius de todos os passados, assim como o do presente, e também do futuro veriam e poderiam codificar a mensagem, mas somente um deles tomaria uma atitude, o primeiro a receber, os demais já teriam a lembrança desse acontecimento, por isso, descartariam a execução da tarefa.

Passava pouco da meia-noite.
O silêncio estava quebrado por um som de turbina com um tilintar estranho.
Uma chuva de dólares começara a cair no planeta Terra.

Os locais que já tinham a luz de sol do dia seguinte não conseguiam entender o que era aquilo.
A polícia tentou isolar áreas ou evitar que se pegassem os tais dólares, mas viu ser inútil.

Brigas aqui e acolá se somavam.
A maioria dormia.
Julius, dormia, levaria ainda 7 horas para ele despertar.
Seu pai ligaria.

Todos se perguntavam o que estava acontecendo.
Seria algum bilionário excêntrico.

Lentamente, o mundo entendia que não era um local específico que havia recebido a tal chuva de dólares.
Todos os lugares, mares, ilhas, casas, campos, não importava.

Havia dólar para quem quisesse catar.
A “chuva” durou pouco mais de um minuto.
Foi intensa e impossível de calcular.

Algo novo acontecera.
Algo que não pode ser previsto, nem mesmo por Julius Stranger.
Se ao menos ele tivesse olhado com mais atenção ao ano seguinte…

Continua…

Primeira Temporada:
Capítulo 1
Capítulo 2

Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6

Segunda Temporada:
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3

Julius Stranger: o dono do mundo – 2t Ep2

Havia mais de 6 horas que o Presidente estava tentando tirar informações de Julius, já suplicava a volta dos serviços e se via em um beco sem saída. Ou libertava o homem ali na sua frente ou o caos seguiria instaurado, mas, não havia qualquer garantia da volta dos serviços, que ele não sumiria novamente, ou pior, que ele não denunciaria o próprio país frente aos seus parceiros. Certamente as ações americanas seriam responsáveis por todo o caos, a decisão não era fácil.

James Hilton era veterano de exército e fora eleito 3 anos antes com a promessa de tirar os EUA da dependência de um “criminoso” procurado. James, na verdade, nem tinha nada contra Julius, apenas encontrou a oportunidade e o público certo. As teorias se multiplicavam: Julius era o próprio Lúcifer, filho dele, o anti-cristo. Todos viam em seus equipamentos ou nele próprio a marca da besta. Vídeos mostravam os “pais” de Július como líderes de uma seita satanista que buscava fiéis para o propósito do diabo. Hilton não era nem Republicano, nem Democrata, essa divisão já estava fora de moda há muito tempo, mas, pela primeira vez, alguém de fora conseguiu a eleição.

Os generais opinavam:

– Solte!
– Continue com ele preso!
– Torture.

Hilton, que nunca fora alguém de opiniões firmes, ponderou, pensou, repensou até que foi avisado sobre o sumiço de seu filho, James Hilton Jr, tentou contato por fone, não havia fone, internet ou qualquer outro modo de comunicação. Um papel escrito chegou ao serviço secreto, com uma letra típica de quem não escrevia, afinal, quem escrevia naqueles tempos?

Nela falava-se da morte do garoto caso os serviços não voltassem a operar. O Presidente estava acuado. Era claro que aquilo não era armado por Julius, ele não saberia que o Presidente estava naquele local, naquela hora, estava preso fazia muito tempo, eram os agentes ou militares, só podia ser.

De repente o Presidente foi tomado pelo terror. Estava cercado, era um comandante sem exército, ou pior, com conspiradores que juravam lealdade.

Hilton, pediu para todos saírem, sob protestos dos assessores mais próximos desligou qualquer comunicação, sentou ao lado de Julius e sussurou.

– Quer sair?
– Quero.
– Ligará as comunicações?
– Talvez. Não sei se devo.
– Só te libero se prometer.
– Talvez não deva me liberar. Aqui, não sou um perigo para ninguém.
– Então, faça o mundo voltar a funcionar, passe o controle as minhas mãos.
– Não posso. Tudo é grande demais para um governo. Você se corromperia. Eu mesmo fiquei próximo disso.
– Meu filho corre perigo. Me ajude.

Stranger olhou horrorizado para o Presidente. Não entendia o que aquilo queria dizer, mas sentiu naquelas palavras não um pedido, mas medo. Alguém com medo de perder quem ama.

Reconheceu o sentimento. Era íntimo dele. Lembrou dos pais. Estavam seguros, mas até quando? Naquele momento odiou a si mesmo e o momento que fez a maldita descoberta. Uma máquina de probabilidades reais. Que diabos… o futuro uma tela que poderia ser corrigida, o passado um livro sem censura. Era poder demais.

– Me libere. Quero um carro século XXI, desses que tem no museu. Quero sua garantia que não serei seguido. Saiba, provavelmente nunca mais me verá. Não me deixarei ser encontrado novamente. Essa é a sua última chance de me prender, essa decisão moldará o futuro. A única coisa que posso afirmar. Sou do bem. Quero o bem. Infelizmente a maioria de nós nunca está satisfeita com isso, por isso, há distúrbios.

Quando chegar, quando estiver longe e seguro, religarei tudo, mandarei uma mensagem ao mundo com alguma desculpa esfarrapada, tentarei diminuir as coisas ruins ao máximo. Não sei se terei sucesso.

– Vá!

– Um Cadilac 1958 que estava parado no Museu de Espionagem foi o veículo que o Dono do Mundo usou para ser visto pela última vez. Até houve uma tentativa de segui-lo com drones, mas, Julius não era pessoa que se deixava ser seguida. Também, já sabia que utilizaria aquele mesmo carro, bastou apertar um botão secreto para que sumisse de qualquer tentativa de visualizar seu paradeiro.

Era 21h33, horário de Washington, DC,  quando todos os serviços, de todo o mundo estavam de volta, em pleno funcionamento. As multidões se acalmaram e foram para suas casas. Era hora de contar mortos e feridos, era hora de governos se explicarem. Era hora de Julius preparar o seu próximo passo.

Continua…

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Primeira Temporada:
Capítulo 1
Capítulo 2

Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6

Segunda Temporada:
Capítulo 1

Julius Stranger: o dono do mundo – parte 3

O natal se aproximava rapidamente, daquela data Julius não poderia escapar de modo algum.
Teria que ir para a casa dos seus pais. Já sofria por aquilo, não que não os amasse, amava, mas o trabalho tinha entrado em um estágio que envolvia excitação e alguns resultados bastante promissores, mas, e na vida sempre há um “mas” ela ainda não compreendia como comprimir tempo como uma fita, e isso era crucial.

Seu pai puxou a oração na hora da ceia, religiosa, sua família nunca deixara passar um natal sem reunir todos, o jantar e os presentes eram uma tradição, como em tantos lares, e aquela ceia jamais seria esquecida.

O Pai de Julius, John, contava histórias de sua infância e adolescência e nesta ceia contou como gostava dos finais de ano em que os vaga-lumes apareciam em profusão, como ele e seus amigos aprisionavam os insetos em vidros e a luz permanecia por muito tempo sendo admirado por todos.

Se fosse um desenho animado, uma lâmpada teria aparecido na cabeça de Julius:
– Era isso!

Claro. Era tão simples que era incrível alguém ainda não ter pensado nisso.
Julius se despediu dos pais e do restante da família e voltou ao trabalho na sua casa, já sabia como dominar o tempo.

Basicamente Julius entendeu que o mundo, o universo, enfim, tudo que existe, é um conjunto de prótons, neutrons e elétrons dispostos de diferentes formas e combinações que assim, formavam diferentes corpos. Mas, a simples existência desses elementos já deixava em si um “marca” no universo. Algo invisível, algo intangível, mas que estava lá.

Julius entendeu que para dominar o tempo teria que traduzir essas impressões temporais  em algo que pudesse ser visto pelo ser humano, não demorou muito. Depois de 90 dias, nem mais, nem menos, o mundo mudou.

A frequência traduzida a partir de fórmula matemática de David Hielbert, nada mais fazia do que transformar frequências zeta em uma espécie de sinal de tv aberta.

No dia 25 de Março, às 16h43, Julius conseguiu a sua primeira imagem.
Um casal que ele nunca tinha visto na vida, falando uma língua totalmente desconhecida por ele, discutia algum assunto aleatório.
A mulher vestia um vestido, mas não muito volumoso, branco com rendas e babados, já o homem, um colete preto com uma camisa branca semi-aberta, mangas enroladas e chapéu preto, parecia uma cena de filme antigo, parecia uma casa humilde.

Ele não sabia quem era, aonde era, mas sabia quando era.

A cena que aparecia naquela espécie de tv mostrava um calendário e o ano era visível: 1911.

Continua…

Capítulo 1
Capítulo 2

Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5

Julius Stranger: o dono do mundo (parte 1)

Julius Stranger era o homem mais rico do universo conhecido.
Ainda que viesse de uma família pouco abastada, nunca lhe faltara nada e pode estudar nas melhores escolas, parte por seu próprio intelecto avançado, parte pelo esforço de seu pai, John Stranger, que trocava trabalho por estudo e materiais.

Ainda no ensino médio, Julius se destacava frente aos colegas e o resultado foi que não terminou nem o primeiro ano e foi alçado ao MIT com bolsa integral e salário para pesquisa.

Na universidade, a vida de Julius parecia um conto de fadas, podia se concentrar 100% do tempo nos estudos, tirava boas notas e não tinha nenhuma preocupação com contas, até que conheceu Karen.

Karen era o extremo oposto de Julius, ainda que também fosse razoavelmente inteligente, não tinha como estudar naquela Universidade, porém, vinha de uma família que se formava há gerações no MIT e eram doadores contumazes, com esse “currículo” acabou sendo aceita.

Naquele dia, o mundo de Julius, e de todos os seres humanos, mudou para sempre.

Como um incêndio que arrasa florestas, o olhos de Julius brilharam quando viu Karen pela primeira vez, era uma aula qualquer de física quântica, dessas que ele já decorara ainda na sexta-série, mas Karen não, ele nunca vira igual beleza. Seus pensamentos foram imediatamente tomados pela beleza de Karen que, percebendo os fulminantes olhares, se divertiu com aquilo e mandou um

– “olá”.

Fora o “olá” mais arrasador que Julius tinha ouvido na vida.

Alguém que estuda tanto, que não fez sequer o ensino médio, ou high school, não tinha tempo de namorar, e era isso, Julius nunca namorara, era, portanto, totalmente inocente na arte da conquista, ao contrário de Karen, que emendava relacionamento em relacionamento.

A partir daquele dia, os números, as invenções perderam espaço na cabeça de Julius que só tinha pensamentos para Karen. Ela, que havia gostado do jeito tímido e interiorano do rapaz lhe convidara para sair, um bar, uma bebida, uma passada no dormitório e pronto. Estava consumado. Julius não iria mais esquecer daquela noite.

Mas a vida, caros e desavisados leitores não é algo escrito em manuais e suas surpresas são o âmbar principal da existência, assim, na manhã seguinte, atrasada para a aula de geometria aplicada, Karen deixou Julius na cama e correu atrasada.

Uma rua.
Um carro.
Uma distração.
O fim.
Karen estava morta.

O mundo não sabia, mas naquele momento, seu destino estava selado, e um homem cheio de dor e sofrimento seria o seu dono. Os acontecimentos daquele dia ditariam a humanidade e seu triste destino.

Continua….

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5

Mudanças são eternas e não efêmeras

Thomas Hardy disse certa vez: “O tempo muda tudo, menos algo dentro de nós que sempre se surpreende com as mudanças.”  E ao menos para mim essa é uma verdade absoluta. Não adianta, tudo o que eu lembro na minha vida toda mudou. As pessoas mudaram, o lugar em que as coisas ficavam mudaram e até mesmo eu mudei! Mas então por que motivo demoramos tanto a nos acostumar com as mudanças.

Dizem que se acostumar as mudanças é uma questão de tempo, também é verdade, até porque você não tem outra opção, ou você aceita a mudança ou muda tudo para se afastar daquilo que mudou. Confuso né?!

Mas vamos lá,faço junto com colegas supercompetentes um programa de rádio, já mudamos de horário 3 vezes e caminhos para a quarta mudança, e em todas elas sentimos que algo está nos faltando, que algo não está no lugar certo.

No mercado de trabalho é exatamente assim: faça as contas das vezes que você trocou de trabalho, que os seus amigos mudaram, saíram, foram demitidos ou se demitiram, todos eles tem o mesmo medo que você sobre mudanças, mas em algum momento foram obrigados por alguém ou por eles mesmos a mudar!

Tem uma velha história que todos devem conhecer que é a da vaquinha:

Caminhanvam  por um pobre vilarejo o Sábio e seu discípulo, quando o aprendiz pergunta ao chefe:

– Se o senhor é tão sábio assim por que não encontra um jeito de ajudar a toda essa gente?

O mestre olha com olhar descrente ao discípulo e pergunta:

– Quer mesmo que eu os ajude?

– Sim! Responde o discípulo.

O sábio homem, entra então em uma pequena propriedade e começa a conversar com os moradores daquela casa: ele ouve da matriarca da família que a única forma de alimentação de todos eles é a vaquinha que diariamente fornece o leite para ela e para os filhos. Vez ou outra ela troca o leite com alguém da vizinhança por outro tipo de alimentação.

O sábio agradece a conversa da sofrida mulher, e já distante da casa olha para seu discípulo e pergunta novamente:

– Quer mesmo ajudar essa família?

– Claro! Responde

– Então volte lá e jogue a vaca no precipício!

Incrédulo, o jovem tenta argumentar com o sábio que a vaca é a única forma de alimentação da família, que a morte da vaca por certo os levaria a morrer de fome. O sábio irredutível exigiu o cumprimento de sua ordem ao que o discípulo contrariado, porém sabedor da hierarquia que lhes separava cumpriu a ordem mas se recusou a seguir a jornada ao lado de um homem que ele considerava tão mau.

Muitos anos depois o jovem passava por aquele mesmo vilarejo e lembrou da passagem que marcara a sua juventude e resolveu conferir o resultado da maldade do sábio. Se aproximou do local que sua memória apontava como sendo a localização da humilde residência e encontrou uma bela mansão com enormes jardins. Pensou que com a morte dos primeiros residentes alguém comprara a propriedade e a fizera próspera. Chegando ao portão contou a pessoa que lhe atendeu e perguntou sobre os antigos proprietários, foi informado que tudo aquilo sempre pertenceu a mesma pessoa. Estranhando a situação pediu para falar com a proprietária e ficou surpreso ao reconhecer o mesmo rosto que o atendera há muitos anos atrás.

Durante a conversa a mulher lhe contou que tivera uma vida muito difícil, que tinha uma vaca que lhe dava sustento mas que um dia a vaca caiu no precipício e perdeu a vida, assim a família não tinha mais o leite de todo o dia e começou a plantar. Perceberam que quando plantavam mais do que podiam comer poderiam vender a sobra e assim ganhar dinheiro. Começaram a plantar mais e mais, assim tudo o que era pobreza com muito trabalho virou ouro e afirmou que acredita que foi Deus quem empurrou a vaca precipício abaixo.

Humilhado e constrangido com a descrença em seu antigo mestre o antigo discípulo aprendeu uma lição importante:  que não importa o tamanho da mudança sempre é possível começar de novo e de novo e de novo.

Cada um de nós tem sua história, o sucesso pode demorar para chegar a alguns e muitos devem afirmar que jamais chegaram ou chegarão lá! Mas antes de fazer tal afirmação em auto análise é importante ter clara uma definição: O que é o sucesso para você?