Apenas um diálogo…

Infelizmente, uma cena cotidiana do Paraná

– Em que estado você mora? O teu estado tem industrialização? Tem um ótimo desempenho na agricultura? A escolaridade da tua gente é uma das maiores do Brasil? As cidades do teu estado são de modo geral bem planejadas, há ótimas opções de cultura? Então, teu estado é sim um dos melhores do Brasil.

– Mas espere… na capital do meu estado morrem nos finais de semana perto de 20 pessoas de forma violenta, mais do que em guerras e muito mais do megalópoles consideradas perigosas como Rio de Janeiro e São Paulo. No meu estado o governador usa uma empresa de capital aberto para comprar aeronaves para seu deslocamento enquanto isso os jornais do meu estado noticiam que ainda não há planos para os tais helicópteros da saúde que salvariam vidas.

-É, pode ser… mas você está chorando à toa, os teus políticos são grandes homens públicos, referências mundiais.

– Na capital do meu estado também há diversos escândalos de “indício de corrupção” como o presidente da câmara de vereadores arrumou um contrato de licitação para a mulher de 30 milhões para ela administrar. O governador do meu estado diz que perdoa o pecador mas não o pecado, mas ambos estão juntos com ele, aliás, ele mesmo mente para o povo, quando prefeito disse que seguiria prefeito de apoiaria um companheiro, abandonou a prefeitura e também o companheiro político. Quando governador, traiu outro companheiro e preferiu apoiar outro partido do que o próprio “amigo”. Esse mesmo governador, passou a campanha inteira criticando seu antecessor por supostos casos de nepotismo. Ao entrar no governo, chamou a família toda e não obstante deu superpoderes a secretaria deles.

– Mas você está reclamando de barriga cheia, a sua assembleia é atuante.

– Você deve estar brincando… diários fantasmas, compra de tv 3d para transmitir programação analógica. Supersalários, funcionários que recebem em casa sem trabalhar, blogueiro político que é funcionário fantasma, presidente que bate boca com jornalista. Compra de carros super luxuosos… essa é a minha assembleia.

– Bom, ao menos o esporte do teu estado se salva.

– Um caiu para a segunda divisão do paranaense, outro para a segunda divisão do brasileiro e agora brigam do tipo “eu sou o dono da bola” para saber onde vão jogar, o tipo típico do provincianismo.

– Mas tem algo que bom no seu estado?

– Tudo no meu estado é bom, minha gente é maravilhosa, acolhedora, talentosa. Nossas coisas são referencia para todo o mundo, só temos um problema: não sabemos escolher nossos líderes…

O que a corrupção e o gol de mão tem em comum?

Separei alguns minutos do meu dia para dividir com vocês minha opinião sobre um tema que anda permeando as discussões futebolísticas: o gol de mão de Wellington do Paraná contra o Ceará.

Acompanhei atento a todos os comentários referentes ao caso, e só não me decepcionei lendo a coluna do Mafuz no Paraná online. Começou no sábado, dia do jogo, em que o jornalista a quem refutava grande seriedade, Cristian Toledo, disse que o Paraná “não tem nada com isso, e queria ver se o juiz seria homem em não cometer dois erros no mesmo jogo…que o Ceará é quem deveria ser punido pelas agressões…” Na segunda, o festival de populismo paranista se proliferou:

Na CBN, tanto Luiz Augusto Xavier, quanto o seu comentarista Paulo César alardeavam que seria um absurdo o jogador ser punido porque se o fosse na hora do jogo levaria no máximo um cartão amarelo. E assim tantos outros comentaristas afirmando que o “time não tem nada com isso”, que o tribunal não pode punir o jogador, etc, etc, etc.

Peço licença a esses ícones da comunicação do estado e humildemente discordar de todos eles. SIM, Wellington deve ser punido SIM! Não porque seja mau caráter ou algo disso, não, mas sim porque ganhou na MALANDRAGEM, na MÃO GRANDE, em uma atitude claramente antidesportista.

Espero não ter o desprazer de ouvir esses mesmos jornalistas reclamando da corrupção no senado, da bandalheira pública ou até mesmo censurando a batida proposital de Piquet, tudo isso nada mais é do que MALANDRAGEM, a mesma malandragem agora defendida por eles.

O futebol para o povo brasileiro é a coisa mais importante das menos importantes, e como tal deve servir de exemplo para todos, as atitudes escandalosamente antiéticas tem que ser punidas e com rigor a título de perdermos o real significado do jogo que é o jogo.

Por fim, sugiro que parem de creditar “as coisas do futebol” essa conta da corrupção. Que atos como o de Wellington, como a do Marcio Azevedo do Atlético que antes de ser substituído se jogou ao chão simulando uma contusão ou até mesmo de Rivaldo que na copa do mundo recebeu uma bolada na perna e levou as mãos ao rosto sejam,SEVERAMENTE PUNIDAS para que tenhamos um esporte limpo e que ele seja um espelho para a sociedade sendo o esporte que tanto ama.[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=A9l7kw-nGOM]

Da Mentira, da política, da vida

Nem sei quantas vezes escrevi sobre a política e seus políticas, sobre os políticos e suas politicagens mas e de que adianta? Você mudou o modo de ver seus ídolos políticos por conta disso? Os políticos mentiram menos por conta disso? Outro dia lendo um artigo do jornalista Aldo Zotarelli, ele fazia um parâmetro interessante, confira:

Você conhece um sinônimo da palavra mentiroso? Não? Faça um esforço e procure no seu mundo uma palavra que signifique alguém que cometa a mentira. Encontrou? Está vendo como é fácil. Pois é. O grande sinônimo de mentiroso é, sem dúvida alguma, o político.
E eu explico por quê. Aliás, nem preciso explicar. Todo mundo já sabe. Não há político neste mundo de Deus que não use a mentira para se acomodar no cargo que ocupa ou que exerce as suas funções. É incrível, mas verdadeiro. Assim não se deve dar chances a um político para que ele fale ou exerça as suas funções porque ele irá se utilizar da mentira ou das mentiras para justificar os seus atos. Vou tentar me explicar.

O que você acha disso? Concorda? Discorda? E o que isso muda na sua vida? Quando você os atos secretos do Senado, que Sarney colocou metade da família no Congresso e não foi punido, você sente o quê? Quando um deputado “esconde” um castelo, não paga impostos dele e não consegue explicar de onde veio o dinheiro para a construção do mesmo, você pensa o quê?

Se você pensou em responder “nada” não se preocupe: você está exatamente igual a 99% da população brasileira. Enquanto cidadãos de países como a França saem as ruas sempre que sentem que algum de seus direitos é violado, nós corremos para a TV afim de saber se Maya irá ficar com Raj ou Bahuan.

Política e Politicagem se confundem como uma imagem no espelho. Onde termina a realidade e começa o reflexo invertido e distorcido de si mesmo? Depende muito mais de nós entendermos a linha tênue que separa a verdade da mentira, a corrupção da verdade e assim acabarmos com a vergonha e roubalheira que campeia a política de nosso país. Sejamos no mínimo dignos do título de eleitor que ostentamos e façamos dele realmente uma arma poderosa na matança dos parasitas da política nacional

Ediney Giordani
www.twitter.com/edineygiordani