Sobre doces, cachaça e sonhos

imagesO entendimento da vida, de algo maior ou menor que nós mesmos, nossos limites e nossas superações e principalmente a coragem da mudança e do perdão fazem parte do combo de uma vida, de uma existência melhor. Mas do que, afinal de contas estou falando? De nós. Simplesmente, de nós. Exemplos, frases, vídeos… não faltam argumentos para te motivar ou para te deixar para baixo, a questão é:

O que você vai fazer sobre isso?

Vamos imaginar uma situação hipotética? (sim, eu adoro situações hipotéticas)

Você trabalha no ramo de frutas e verduras, e tem aquele fornecedor que te entrega a tal da Fruta do Conde, bem segmentado, bem específico e você tem cliente certo para ela. Você compra por 10 e pode vender por 15, baita negócio. Mas o vendedor da tal fruta que antes era legalzão, agora também virou amigo do outro dono de quitanda, sem problemas, o problema é que esse vendedor começa a adotar práticas que você não gosta, mas, veja bem, se você deixar de comprar essa Fruta do Conde não tem outro fornecedor e também perderá os clientes que representam grande parte do seu faturamento. O que fazer? Se submeter? Mudar? Desistir?

Amigos, não há resposta certa. Há aquela resposta que você consegue encarar. A mim, o melhor, é desistir e enfrentar as dificuldades que essa decisão trará. Medo de perder a empresa, desafios com novos produtos, enfim… é necessário ter coragem, mas não posso julgar aquele que segue outro caminho, afinal, cada um sabe o calo que lhe aperta, e esse texto não é sobre julgamentos e sim sobre você, ou eu, sobre nós e nossas crenças e atitudes.

E não precisam viajar em teorias, estou apenas falando sobre decisões. Sim, não. Fazer da sua vida o conto de fadas que você mesmo escreveu é uma tarefa árdua, difícil e que vai te levar a muitas frustrações, mas desistir deste sonho, trará ainda mais. Não sei quantas vezes escrevi aqui sobre felicidade. E felicidade está em ser o que se quer, estar com quem se ama e fazer aquilo que se sonhou. Com isso em mente:

Sim, precisamos falar sobre sua coragem:

Afinal de contas, qual era o seu sonho, aquele escondido no seu íntimo. Não falo aqui da sua fantasia infantil sobre ser bombeiro, astronauta, jogador de futebol. Não. Falo aqui sobre o seu sonho lúcido. Sobre como você imaginou a sua vida quando de fato começou a pensar a sua vida. Entendamos:

Sonhei que seria chefe, hoje sou faxineiro.

E levando em conta que não há absolutamente nada de errado em ser faxineiro, apenas não era o seu sonho, a pergunta: Quais foram os passos que você deu na direção de se tornar “Chefe”? Como traçou essa meta? Como conduziu o processo?

 

NOTA DO LEITOR “MAS”.

Mas, Ediney, a vida nos engole.  A gente passa correndo por ela, a gente tem contas para pagar. Olhei para o lado e já tinha um filho, respirei mais demoradamente e casei, de repente me apareceu um carro na garagem com um carnê e assim, a vida me engoliu, eu estava no turbilhão da vida, tentando sobreviver, os sonhos ficaram em seu devido lugar, no mundo dos sonhos.

Caro leitor “mas”, é fato. A vida nos engole, mas ela não é um redemoinho, ela não te arrasta, a verdade é que você se deixa levar por todas estas realidades, para cada uma das ações, nesse fim, não tem acidente, tem consequência de ação, e se há erros que você só pode cometer uma vez, outros você cometer e corrigir várias e várias vezes, e esta é a realidade de 9 a cada 10 realidades. Quer mais um exemplo? Vai lá.

Outro dia andando na Rua XV em Curitiba me deparei com a seguinte cena:
Um morador de rua, abrigado em seu cobertor pedindo que um vendedor de doces lhe fornecesse gratuitamente um exemplar já que estava com muita fome. A resposta? Não.

– Amigo, você pode não acreditar, mas no ano passado eu estava na mesma situação que você, também vivia nas ruas, também pedia comida de graça e a verdade é que eu vivia com tranquilidade assim, um dia a cachaça acabou e no momento que a sobriedade me pegou de solavanco entendi que se eu permanecesse aqui, morreria aqui, provavelmente com fome e com frio. Então, decidi pedir mais uma vez, desta vez fui de casa de doces a casa de doces pedindo uma caixa para vender, só ganhei a confiança lá pela trigésima. Vendi aqueles, vendi outros, sai da rua. Hoje, moro em uma pensão, vendo doces caseiros que são mais caros e posso ganhar mais de dia e voltei estudar de noite. Até já reencontrei uma filha minha que prometeu me ajudar ainda mais. Logo, logo estou empregado, se Deus quiser e minha vida vai voltar para onde sempre deveria estar. Então, se eu te der esse doce, você seguirá onde está e hoje sei que o lugar de ninguém é na rua.

Após essa conversa, o homem partiu.

Sim, ele teve um momento de iluminação. Sim, a vida também o tinha engolido, a vida também tinha deixado os sonhos dele para trás, ainda assim ele retomou o caminho. É trabalhoso, cansativo, às vezes, desanimador. Mas vale a pena. Nada vale mais do que viver sonhando acordado, porque a vida é de fato um sonho ou um pesadelo, e que de verdade, você tem toda a gestão sobre ela.

Um comentário em “Sobre doces, cachaça e sonhos”

  1. Great job my friend.

    O Cosmos é (i)real => acrescente-se o “r”, se necessário, ou não.

    Caetano e Metafísica çandam juntos, unidos pela base (mae) de todas as ciências.

    Somos infinitos, somente em nossa finitude.

    Seremos ternos, em nossa eternidade!

    Congratulações pelo “seu cabedal”, por aqui vertido….

    Que encontrei nesta hora, segundos e milésimos exatos. É bom encontrar nossos pares.

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