Blog do Ediney

Devaneios: Os elogios abstratos

Quantas caras tem um elogio?

Dizem que o tempo nos ensina a ver as coisas de maneira diferente, e eu no alto dos meus 29 anos atesto: é verdade. Outro dia estava lendo meus alfarrábios passados e me deparei com elogios que nem mesmo lembro porque os fiz. Me deparei com elogios que hoje jamais seriam repetidos por mim, e ainda assim a época eles me pareciam a mais cristalina das verdades, então o que mudou?

O tempo mudou, a pressão sobre as pessoas mudou, o jeito de você ver o que as coisas acontecem mudou e principalmente o conhecimento pessoal sobre as ações mudou. Outro dia estava inclinado em escrever um texto elogioso aos amigos Boby Vendramin e Mari Bellegard, desisti. Não porque eles não mereciam os elogios, ao contrário fazem parte do quadro dos meus mais caros amigos, são pessoas em que o talento, a perspicácia e o humor o tornam melhor apenas por conviver com eles…vivem de bom humor, sempre buscam fazer o melhor dentro de suas áreas de atuação e principalmente são aquelas pessoas que você liga quando precisa daquele, sabe aquele favor….então é para eles que você liga. Ainda assim não escrevi, depois de ter lido o que  escrevi outrora  me pareceu desnecessário, soou falso da minha parte, fiquei constrangido em fazê-lo, parece absurdo mas se você parar para pensar faz sentido.

Em Mandirituba há um, que parafraseando Rolando Boldrin, é dito como certo que diz que você realmente conhece uma pessoa depois de ter comido 3 sacos  de sal.

Fazendo um exame do passado, percebi que as pessoas mais decepcionaram você do que lhes surpreenderam, ou pior ainda, as surpreenderam negativamente. Eram amigas, hoje são conhecidas. Eram talentos hoje são covardes que não ousaram continuar sonhando. Eram promessas e ainda o são, viveram sendo, morreram como promessas.

Não há quem possa julgar ninguém, jamais seria juiz, não sei fazê-lo, sou facilmente enganado e igualmente passado para trás, mas o faço com todo o prazer do mundo. Me reservo o direito de acreditar no ser humano. A partir de hoje só elogio atos e pessoalmente, cansei dos abstratos pensamentos do futuro e dos enganadores sorrisos do presente. Respeito mais a intenção do que o ato, e com o perdão do trocadilho, ao inferno quem citar que o caminho do mesmo é pavimentado de boas intenções, digo então que é um bom caminho.

É desconexo, mas é honesto. Sou honestamente inferior ou sonhador. Exponho elogios honestos. Tenho amigos honesto, e honestamente, a partir de hoje, dispenso os pressupostos da amizade mal realizada.

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