Mau atendimento: um mal que nos assola

Mau atendimentoNão importa se o atendimento é mau com “l” ou com “u”. Importa é que ele de fato está cada vez mais infiltrado no dia a dia das pessoas. Cada vez mais ele assola e termina com as relações entre consumidores e empresas. Ser bem atendido deixou de ser regra e passou para o nebuloso campo da exceção. Com a tecnologia, as empresas passaram a ter cada mais acesso aos SACs das empresas mas, e infelizmente, cada vez mais o SAC das empresas deixa a desejar, seguindo uma tendência das lojas físicas. A kakoi já falou sobre isso aqui e quero dar um toque pessoal em situações que passei.

Diz um antigo ditado que “quem casa, quer casa”, é verdade mas parece estar caindo no chamado clichê. Há três semanas precisei abrir uma conta bancária jurídica no Banco do Brasil, documentos entregues e a expectativa começou, começou e terminou em frustração, três semanas depois, ainda sem um número da conta desisti e fui para um banco privado, o Santander na vã esperança de um bom atendimento.

Cheguei e encontrei um gerente jovem com um reluzente relógio que parecia de ouro (também parecia que era do Faustão) e sem tirar o olhar do computador me atendeu. Expliquei para ele o que precisava e ele me disse:

– Fácil, resolvo hoje! Mas vou precisar de documentos!

Claro, quem não precisa do país da burocracia? Posso mandar por email, perguntei, a resposta foi positiva, mas, e sempre tem o maldito “mas”, não posso receber e-mails maiores que 3mb, WTF? 3mb tem uma foto ruim do meu celular. Paciência, pego o email do cidadão chego na empresa e começo o envio de documentos, um a um, redimensionando alguns, enfim, foram. Pede conta, pede conta, pede conta,  três dias depois (era para ser no mesmo dia), vem conta. Peço acesso a internet e ele me diz que só após a assinatura de mais documentos, claro, afinal este é o Brasil, o país em que você é obrigado a ir em um cartório para dizer que você é você mesmo. Aviso que iria na mesma tarde. Não pude ir, fui no dia seguinte e … nada, claro.

Nada impresso, nada pronto, ninguém sabe de nada. Sou atendido pelo gerente geral das jurídicas. Palavrão para cá, xingamentos ao telefone para lá, ele é até solicito e imprime folhas em branco para eu assinar. Assinei, tomara que não caia em um golpe, afinal, como disse, eu precisava dessa tal conta. Resumo da ópera: ainda não tive o retorno com a tal liberação. Já testei, as redes sociais destas empresas é muito melhor que qualquer outro atendimento, mas não resolvem, só tentam resolver.

Ok, Ediney, dirão vocês incrédulos do relato, mas bancos são todos iguais, é assim mesmo. Posso falar de tv à cabo? Também são ruins. Telefonia celular? Também é ruim. Não adianta, é endêmico.

Vou falar então de um pequeno restaurante, muito frequentado pelos figurões da política de Curitiba, chama Quanto Basta. Muito bom, sempre fui lá e estava bacana, menos da última vez. Na chegada o tal do álcool em gel estava vazio, ok, passa. Mas aí chegando ao buffet não tinha prato, olho e vejo mesas vazias, ou seja, o alto movimento não poderia ser uma justificativa, mas foi, 4 minutos depois chegam os tais pratos, quentes que só eles, mas ok, estavam lá. Começo o meu périplo pelo menu oferecido e para minha surpresa, pelo menos 40% dos pratos estavam vazios, pergunto se eles iriam ser repostos, a resposta é, não. Simples assim, não.

Ok, como o que tem, o preço do quilo é de R$ 43, meu prato dá R$7. No caixa, feliz e serelepe está o dono do local que me pergunta:
– Gostou?
Explico para ele que não, e tento mostrar o motivo. Sem sucesso. A cara fecha, as desculpas chegam e eu me vou com aquela sensação de que não voltarei.

Como eu disse, as empresas são vítimas delas mesmas, cada negócio tem um jeito diferente de perder o seu cliente, um modo diferente de dizer para a pessoa não voltar mais.  Infelizmente, a regra vive frente a exceção. Salve-se quem não precisar ser atendido, o que é quase impossível.

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