Blog do Ediney

Mais do que um filme de referências, um filme sobre nós

Acabo de assistir ao filme “The Help”ou “Histórias Cruzadas” como ficou o título no Brasil. Para os assinante do Telecine ele encontra-se no “Telecine Play“, é só assistir.

Enfim, o filme conta a história dos Estados Unidos dos 60 em que os negros ainda buscavam seus direitos de igualdade, em particular em uma pequena cidade chamada Jackson no Mississipi em que as empregadas negras eram tratadas como pessoas de segunda classe pelas patroas brancas. O filme todo parte a partir da pergunta:

“como é criar o filho de uma branca enquanto o seu próprio filho é criado por outra pessoa?”

A partir disso uma jornalista branca, rebelde ao seu grupo de brancas de sociedade começa a colher depoimento de uma empregada negra e outras se somam ao grupo. Durante estes depoimentos, a “vilã” do filme, Sra. Hilly, consegue aprovar uma lei na cidade em que negros e brancos não podem usar o mesmo banheiro, ou seja, cada casa em que haja uma empregada negra deve ser construído um novo banheiro, era um caso de saúde pública.

O filme em si é uma ótima película e trás alguns questionamentos para o nosso dia a dia. Me dirão os incautos e cegos leitores deste post: ” mas no Brasil isso não acontece. Como você ousa falar sobre dia a dia!?”

Eu lhe responderei parabéns, pois pelo visto sua empregada almoça na mesma mesa que você, não precisa usar um uniforme que é visto apenas por você e sua família. E é claro que ela usa o banheiro social da sua casa, e no seu prédio não existe o famigerado “elevador de serviço”.

Também tenho que lhe dizer parabéns porque certamente a sua babá é uma pessoa que ganha um ótimo salário, afinal ela cuida da sua maior riqueza e que você, ao contrário dos patrões severos, entende que ela é uma pessoa como qualquer outra e que sim, ela pode ficar doente, e sim ela pode ter filhos que também vão ficar doentes, e nem preciso citar o fato de que os filhos da sua babá/empregada brincam com os seus filhos a hora que quiserem e que as férias escolares permitirem.

Mas o filme fala também sobre a liderança má e a submissão, fala como as pessoas podem ser levadas para caminhos que subvertem suas próprias convicções pessoais para ter algum tipo de vantagem com a liderança seja ela apenas reconhecimento, ou ainda promoção salarial ou de posição.

Recomendo muito o filme, certamente fará você lembrar de algumas vezes que você fez acepção de pessoas, de vezes em que você “achou” que era melhor que outra pessoa pela roupa que vestia ou ainda pela posição social que conquistou.

Um dia você aprende, assim como a faceta final do filme mostra, que nem todas as pessoas são iguais, e apesar das diferenças que há entre todos nós, no fim, deveríamos ser agradecidos pelo que somos e lutar para sermos o que queremos ser e não usar dos demais para tal escada.

 

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