Blog do Ediney

A ignorância é uma dádiva que perdi

Perdi a fé no ser humano. Simples assim. Agora acredito em frases como “a ignorância é uma dádiva”! O ser humano não merece o crédito que damos a ele.  Sempre acreditei que havia no mundo mais pessoas boas do que más, ainda acredito, mas até mesmo esta crença começa a ser abalada.

Mortes, estupros , assassinatos, mãe sendo morta pela filha, mães abandonando filhas. Drogas, roubos, motivos para perder a crença não faltam, e estes exemplos, dirão os poucos leitores que me dão a honra da audiência são casos isolados, um em um milhão, concordo! Mas não foram somente estes os motivos que me levaram a perder a fé na humanidade e sim o egoísmo de nós mesmos.

Pequenos atos mostram como agiríamos durante nossa vida. Não dar lugar para os mais velhos, agredir física ou verbalmente pessoas se valendo do tamanho ou da carteira. Achar que você tem mais direito aquela mesa do restaurante colocando sua mala em cima enquanto outras pessoas já com a bandeja na mão procuram onde se sentar.

O ser humano não merece mais o crédito de confiança porque é mau de nascença. Queremos levar vantagem e essa é a regra e não a exceção. Na internet, nos jornais, na TV, multiplicam-se os casos de intolerância social, racial… Cada vez que roubamos uma caneta, que aferimos vantagens indevidas somos tão corruptos quanto aqueles que tanto criticamos.

Somos mau e ponto. Desde cedo somos incentivados a competir e  não incentivamos a divisão. Passamos passivamente por centenas de pessoas pobres, sujas, viciadas, crianças com doença e nossa atitude se resume a critica ao poder constituído. Não podemos salvar o mundo sozinhos? Não! Mas nem ao menos fazemos a nossa parte.

Somos mau e nos identificamos com a maldade por isso elegemos tantos políticos corruptos, eles são nosso espelho, eles efetivamente representam o que pensamos de mundo. Nossa tábua de salvação se dá no dizimo de domingo, na esmola no sinaleiro, na doação espontânea que fazemos quando ficamos compadecidos com alguma situação.Achamos bonito, nobre, algumas vezes até choramos com os programas assistencialistas que mudam a vida das pessoas, mas quando fazemos a nossa parte?

Conheço pessoas que fogem a esta regra, conheço pessoas que “adotam” outros seres humanos por ainda crerem na humanidade, não lhes dão dinheiro, lhes dão uma chance de vida; pessoas que apostam nas pessoas lhes dando trabalho, pagando sua faculdade, bancando seu material escolar.

Conheço pessoas que sim, se diferem deste cenário horroroso que desenhei aqui, mas infelizmente elas são a exceção e não a regra. Podemos mudar? Não creio. Ainda acho que podemos fazer a nossa parte mesmo quando todos nos olhem com aquele olhar que diz: “como você é otário”.´Sonho no dia em que eu talvez recupere a minha fé nas pessoas…

Porém, hoje, o que vejo é a lei do mais forte imperando, a inveja, a arrogância e a ganância fazendo seu reinado, e infelizmente… nada mais!

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