Ouça Podcast: Fakenews! Parasitas Domésticas no Uber de Um Lugar Melhor

Voltamos alegremente para a quinta temporada do Melhor Podcast do Sul do planeta! O pior do brasileiro está de volta para discutir as incongruências tupiniquins! Essa semana, The Good Place, Uber, Fakenews e Domésticas.

Mais do que um filme de referências, um filme sobre nós

Acabo de assistir ao filme “The Help”ou “Histórias Cruzadas” como ficou o título no Brasil. Para os assinante do Telecine ele encontra-se no “Telecine Play“, é só assistir.

Enfim, o filme conta a história dos Estados Unidos dos 60 em que os negros ainda buscavam seus direitos de igualdade, em particular em uma pequena cidade chamada Jackson no Mississipi em que as empregadas negras eram tratadas como pessoas de segunda classe pelas patroas brancas. O filme todo parte a partir da pergunta:

“como é criar o filho de uma branca enquanto o seu próprio filho é criado por outra pessoa?”

A partir disso uma jornalista branca, rebelde ao seu grupo de brancas de sociedade começa a colher depoimento de uma empregada negra e outras se somam ao grupo. Durante estes depoimentos, a “vilã” do filme, Sra. Hilly, consegue aprovar uma lei na cidade em que negros e brancos não podem usar o mesmo banheiro, ou seja, cada casa em que haja uma empregada negra deve ser construído um novo banheiro, era um caso de saúde pública.

O filme em si é uma ótima película e trás alguns questionamentos para o nosso dia a dia. Me dirão os incautos e cegos leitores deste post: ” mas no Brasil isso não acontece. Como você ousa falar sobre dia a dia!?”

Eu lhe responderei parabéns, pois pelo visto sua empregada almoça na mesma mesa que você, não precisa usar um uniforme que é visto apenas por você e sua família. E é claro que ela usa o banheiro social da sua casa, e no seu prédio não existe o famigerado “elevador de serviço”.

Também tenho que lhe dizer parabéns porque certamente a sua babá é uma pessoa que ganha um ótimo salário, afinal ela cuida da sua maior riqueza e que você, ao contrário dos patrões severos, entende que ela é uma pessoa como qualquer outra e que sim, ela pode ficar doente, e sim ela pode ter filhos que também vão ficar doentes, e nem preciso citar o fato de que os filhos da sua babá/empregada brincam com os seus filhos a hora que quiserem e que as férias escolares permitirem.

Mas o filme fala também sobre a liderança má e a submissão, fala como as pessoas podem ser levadas para caminhos que subvertem suas próprias convicções pessoais para ter algum tipo de vantagem com a liderança seja ela apenas reconhecimento, ou ainda promoção salarial ou de posição.

Recomendo muito o filme, certamente fará você lembrar de algumas vezes que você fez acepção de pessoas, de vezes em que você “achou” que era melhor que outra pessoa pela roupa que vestia ou ainda pela posição social que conquistou.

Um dia você aprende, assim como a faceta final do filme mostra, que nem todas as pessoas são iguais, e apesar das diferenças que há entre todos nós, no fim, deveríamos ser agradecidos pelo que somos e lutar para sermos o que queremos ser e não usar dos demais para tal escada.

 

Nada sobre vilipêndio

Vilipêndio, sempre achei esta palavra bacana e pensava escrever essa palavra em algum texto neste blog, não será desta vez, mas é bom que todos saibam que falarei sobre vilipêndios em algum momento.

Aliás qual é  necessariamente a liberdade que uma pessoa tem para falar algo? Para fazer algo? Ou quem sabe desenhar algo? Recentemente o cartunista Solda, foi acusado de racismo. Na charge que fez, mostra um macaquinho fazendo para banana. O macaco Segundo os  “intendidos” (com ï”mesmo) do assunto era Obama em sua visita ao Brasil.  Segundo Solda, nada mais é que uma referência a República das Bananas.

E realmente importa quem tem razão? Solda perdeu o emprego e ficou com pecha de racista, Paulo Henrique Amorin, ficou com o ar de “denunciei o racismo”e nós com caras de bobos. Bobos porque não pudemos ter a opinião sobre o caso, a maioria aceitou a opinião do renomado  “jornalista”que alias defendeu em uma palestra para o sindicato dos Jornalistas de Curitiba ser contra o diploma e disse mais, qualquer um pode ser jornalista lendo apenas 5 livros, mas esta é uma outra história.

A censura no Brasil é velada, ela existe desde áureos tempos, a própria corte comprou um jornalista que não fazia referëncias elogiosas a ela. No mundo manda-se matar mesmo. Aqui se manda embora e coloca-se um carimbo invisível na testa da pessoa em que diz ˜racista”.

No Brasil algumas coisas são proibidas:

–       falar mal de  índios

–       falar mal de negros

–       Falar bem de militares no tempo da ditadura

–      falar mal do bolsa família

–      falar bem do bolsa família

E por aí vamos… temos censura sim. Vamos ao extremo? Imaginemos que o cartunista em questão tivesse como intenção o racismo. Tem um veículo online que o publicou. Acreditamos nós que os ofendidos não teriam a capacidade de dar uma resposta a altura? Isso não é racismo? Outro dia li uma charge que falava do “Polaco da Barrerinha”, acho que me senti ofendido. No colégio, diziam:

Polaco da Nhãnha dá um peido sai castanha. Ofensa? Sim!

É evidente que não estou fazendo apologia ao racismo que é tão escroto que não conseguimos nominar. Não estamos também fazendo  alusão a luta de cor, as únicas cores que devem lutar são as da caixa de lapis de cor no seu penal.
Estou apenas defendendo que uma pessoa deve ter o direito de fazer o que bem entende, e que aos ofendidos servem os tribunais e as sentenças condenatórias. É verdade também que há muitos séculos negros de todo o mundo sofreram toda sorte de provações e humilhações, mas deram a volta por cima e provaram que são tão  bons quanto qualquer um.

Desenhos, palavras pouco representam perto da luta de um povo, que não deve ser unido por luta de classes ou cores, que não deve ser separado em cotas ou histórias de sofrimento. Deve sim ser unido em busca de um objetivo comum, a educação. Pessoas educadas fazem o certo simplesmente porque entendem que o certo pode lhes levar a um caminho melhor. Pessoas educadas sabem entender textos e charges de modo a não ver macacos onde só há apologias.

Por fim pessoas educadas nasceram para serem melhores que as outras. Eduquem suas crianças, não as deixem a sorte da internet ou de textos canastrões, e todo texto pode ser canastrão, inclusive este, tudo depende da educação que vocë tem para lê-los.

Mas, mais importante que tudo isto é que um dia, falarei sobre vilipêndio.

O tapete do SUS

Poucas coisas me revoltam mais que casos como este, um homem, trabalhador, não deve satisfações da sua vida a ninguém salvo sua consciência, é agredido física e verbalmente por mauricinhos, canalhas, covardes, travestidos de estudantes de medicina.

Eles são muito bem resolvidos financeiramente, tem dinheiro para pagar um ótimo advogado que certamente conseguirá na justiça uma liminar que os reintegre as aulas em sua universidade, em um futuro próximo eles se formarão, atenderão em luxuosos consultórios ou até mesmo no famigerado, porém necessário, SUS, e certamente creditarão ao sistema de saúde brasileiro o péssimo atendimento.

Esses alunos contam com um aliado poderoso, o tempo. Sim, daqui seis meses, o pobre  Geraldo continuará trabalhando e ganhando o miserável salário que ganha. Os alunos, se condenados, prestarão serviço comunitário, mas como são primários, algumas cestas básicas irão resolver o problema.

No Brasil as coisas são assim, temos leis e mais leis para defender tudo e todos, mas elas funcionam apenas para aqueles que podem pagar para usufruir dessas leis. O seu Geraldo por exemplo, fica a mercê da boa vontade e por que não dizer da sorte.
Sim, ele nada tem na vida, até mesmo sua indignação é tímida, sua cobrança certamente será acanhada, até que tudo se perca na imensidão do calendário.

Os estudantes que convenientemente não tem seus nomes divulgados, serão chamados de doutores enquanto seu Geraldo, já velhinho espera em uma fila qualquer do sistema público de saúde para ser atendido. Quem sabe seu Geraldo leve a sorte ou o azar de ser atendido por um dos três, aí, esperamos que não haja tapetes nas salas.